quarta-feira, 3 de março de 2010

O meu tempo inteiro, só zombo do amor...

a noite dos mascarados às vezes parece nunca terminar.
e ela, que nunca foi muito chegada em carnaval, aparenta estar sempre vivendo um constante feriado, com vários amores de verão começando - e prestes a acabar na quarta feira de cinzas.

"deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar
que hoje eu sou da maneira que você me quer
o que você pedir eu lhe dou..."
noite dos mascarados, chico buarque.

e quando ele vai, ela ainda olha pra porta por alguns minutos, talvez 10, talvez 30... custa a acreditar que ele realmente foi. sempre resta uma esperança de voltar e então agarrá-la em seus braços, como se tivesse ficado por anos fora.

e ele não vem.
e ele não vem.
e ele não vem.

e então ela vai procurar em outros olhos um amor que nunca teve.
ela procura sempre por novos romances. enquanto não aparece alguém novo, cria expectativas de quem seria essa nova paixão - os questionamentos são mais variados: cor do cabelo, profissão, o que pensa sobre o MST, se tem bom humor, se gosta de sorvete de flocos, qual a influencia dos pais na vida dele.
ele procura sempre formas de repetir aquele perfil de romance que gosta tanto.
- assim não vale - ela diz pra ele, como se o amor fosse um jogo e ele quebrasse as regras - não vale procurar alguém que lembre de mim.
ele sorri, envergonhado.
- é, meu bem, você faz meu tipo. de verdade.
e ela sorri, toda metida.
mas ainda não entende. e enquanto pensa em trabalhar mais a questão, ele a rouba um beijo e ela retribui, colocando os braços em seus ombros e dando um beijo apaixonado.
as reflexões ficam para uma próxima vez.

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