sábado, 31 de janeiro de 2009

será que um dia farei também essas perguntas?

"Será que algum dia eu vou conhecer seus segredos, aqueles desprezíveis e ordinários? Porque não é possível que você não tenha algum, apesar dessa sua cara de banho. Será que algum dia você chegou a saber quem eu fui de verdade enquanto estávamos meio juntos? Será que estivemos mesmo meio juntos? Será que você precisa saber de alguma coisa minha que já não esteja à mostra? Será que adianta fingir que sabia de alguma coisa? Será que eu quero saber de um outro você que não esse aqui?"
http://www.brisarosa.com.br/artigos.asp?area=F

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

o mundo não me deixa dormir.

o movimento estudantil, os sentimentos, o calor, o frio, o café, a volta as aulas, os compromissos do apto novo... tudo perturba meu sono e são 6hs da manhã e eu estou aqui. levanto, escrevo, escrevo. deito lá, deito cá. todos dormem. e no meio dos sonhos, um par de olhos esbugalhados e uma cabeça agitadíssima destacam-se juntamente com a tela iluminada do computador. é a única luz da casa. são os únicos par de olhos abertos.

quantos livros pra ler, quantos filmes pra assistir, quantas coisas pra se falar, pra se pensar, pra se sentir... um banho cairia bem. um colo também.
mas você ocupou um sofá inteiro!

fotos de infancia. o mundo é feliz e colorido, e as fotos me impedem de dizer o contrário. tantas alegrias. apesar de todo o drama, a vida é boa, afinal.
e todos riem, e todos cantam, e todos dormem.
às vezes choram, às vezes calam, e às vezes permanecem num estado de alerta, mas é só fazer um esforço para ver que...

...n ã o é o f i m d o m u n d o .

e ainda temos tanto pela frente, apesar de ter a impressão de que já vivemos tanto.
e hoje o fim não vai ter nada demais, porque para a insonia, pra vida, pra leveza e para nosso amor... ah. não existe forma de botar um fim agradável a altura nessas coisas todas.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

quem reclama de rotina, desconhece essa...

É mais uma manhã. O celular desperta, procuro ele pelo chão e desligo, ainda um pouco de olho fechado. Estou virada de lado e vc atrás de mim. Procuro tua perna com a minha mão e te sacudo...
- Aaanh... - você resmunga
- Acorda. - eu falo, com um tom de quem não quer acordar.
Você vira para mim, de lado, e a sua mão vai passando devagarinho pela minha cintura, envolvendo, até que vira um abraço. Eu estou de lado e abro um sorriso que você nunca vê. Minha mão encontra a sua, que está me abraçando.
Dormimos mais uns 10 minutos assim, e o celular toca de novo.
E então eu me viro.
Ficamos frente a frente, e olhamos rapidamente um para o outro. Fechamos os olhos. O celular toca novamente, dormimos mais 10 minutos. Dessa vez, você dorme, eu não.
Então, ainda de olho fechado, vou de dando um beijo na ponta do nariz, um no queixo, um no pescoço, um no ombro... te dou um beijo de vagar na boca.
Você então abre o olho, devargarzinho. Eu olho pra vc e...
- Bom dia. - falo, abrindo um sorriso.
- Hmmm.. bom dia - você diz, preparando para se espreguiçar.
É mais uma manhã.

domingo, 25 de janeiro de 2009

melancolia de domingo

"E quando vi seus olhos
E a alegria no seu corpo
E o sorriso nos seus lábios
Eu quase acreditei
Mas é tão difícil"
sagrado coração

sei lá. dorzinha chata.

sábado, 24 de janeiro de 2009

do sonho ao pesadelo da vida real

durmo, sonho. você me acorda e então é vida real - ou é pesadelo? - não sei bem, ainda estava meio zonza. não dormi mais. no ouvido, músicas de amor. são sempre elas que vem perturbar a vida, o sono, a insônia.
e então é a dor que me faria escrever. deveria usar a dor pra escrever. você quer que eu escreva, produza, e então me causa dor. coisas absurdas, e minha mente funciona assim.
e você ainda quer ler. meus textos, minha mente. coisa perturbadora que é:
você;
a mente;
meus textos.
esse sentimento que é. esses sentimentos que são. sentimentos tentam ser? não sei. tentamos ser sentimentos? tentamos sentir? algo faz sentido?
uma noite sem dormir. insônia. curso.

estratégia, como se precisasse. vivo disso desde que me conheço por gente. penso, penso, penso.
até demais. até a cabeça doer. até eu dizer chega - e nunca chega! nunca para o pensamento.
esquizofrenia.
doença.
vício.
dor.
amor?
sei lá.
troço estranho que é.

estava ali e agora estou cá, de novo. vale a pena? tudo vale a pena? vim pra que? estou pra que? quero o que? que quero eu? eu quero? quero eu?
queria desistir, mas não dá pra descer de um trem em alta velocidade.
suicídio não é a solução.



e ainda me chamam de pós-moderna.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

"eu descobri um mundo teu, e ele é manso" (reeditado)

No ônibus passo uma hora pensando em coisas pra escrever, e quando chego, travo.
- A...A...
Ela olha fixamente para ele.
- Nossa, passou a vontade de espirrar. Como você consegue fazer isso?
- Te falei que funcionava! ...É que eu tenho super poderes.
- Huum. Vem em cápsulas?
- Não. - Herdou dos seus pais?
- Não. É que... (abaixa o tom de voz, faz tom de segredo) eu sou de outro planeta.
- Olha só! E cadê tua nave?
- Vim de taxi-nave.
- E que outros superpoderes você tem?
- Ah... com o tempo eu mostro.
- E como é a vida no outro planeta?
- Ah. As pessoas são diferentes. Valorizam o que tentam ser, e não o que são. Aliás, lá as pessoas não são, só estão.
- Mas aqui na Terra também é assim.
- Ah, aqui as pessoas tentam esconder quem são, é diferente. Jogam pra baixo do tapete aquilo que acham que os outros não gostam, mas não tentam mudar.
- Eu não sou assim.
- Sim, mas eu esqueci de te contar uma coisa... eu tenho visão raio x.
- Ah, claro! Você esqueceu de contar esse detalhe. - e os ETs riem.
- Pois é. Pela minha visão, pude ver que vc não é daqui também. Teu coração é grande demais.


(silêncio)
- Queria encontrar pessoas do meu planeta.
- É, eu também. Mas fico feliz de encontrar mais alguém que também não é daqui.

Eles não são verdes.

***E ele responde, dias depois...:
"Meu Amor !
eu te amo

Meu Amor
eu te amo

Meu Amor !
Se do teu Planeta puderem tele-transportar, faça comigo !"

E eles não são verdes, e cada vez mais torna-se mais real, o que parece sonho.
Enfim, life could be a dream?

* a primeira versão desse: http://outramento.blogspot.com/2009/01/tenho-quase-certeza-que-eu-no-sou-daqui.html

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

e estamos conversados.

penso:
poderia ser tão bacana, se as pessoas fossem menos idiotas.
não é pelo que falam mal, de mim, dos amigos.
é por falarem mal.
poderíamos falar de outras coisas.
da vida.
de música.
de filosofia.
das artes.
dos amores.

fala-se mal. pra quê?
fala-se mal mal. nem pra falar mal bem. fala-se de forma tosca e fraca.

se é pra ser mal, seja direito. uahá.

te amo te amo te amo

São as boas lembranças. São as conversas, os abraços, os beijos, os carinhos, e as lembranças.
Das conversas.
Dos abraços.
Dos beijos.
Dos carinhos.

O corte novo no cabelo foi por tua causa. A roupa nova foi por tua causa. E não é pra eu ficar bonita pra você - no nosso amor, nada é óbvio, e o que é a gente faz não ser.
É que você me deixa com vontade de viver o novo. O corte novo, o vestido novo. A casa nova. Os amigos novos. A vida nova, renovada, e sempre inovada.

Viajar, cantar, dançar. Dançar na casa vazia, sem móveis. No chão, nossos cds que já se misturaram e convivem de forma harmoniosa, na medida do possível.
Alguns filmes.

E chorar. No teu colo, no banho. Chorar as dores do mundo, as dores de sentir, de amar, de viver.
Acordar de manhã com teu braço envolvendo a minha cintura.
- É manhã! É mais um dia, e eu estou contigo, meu bem!
O sorriso surge como uma resposta automática. Se teu braço não vem, a bronca virá, com certeza.
- O que houve? Por que não me abraçou nesta manhã? Cadê teu braço?

É que eu te amo! Eu te amo, e te amo!
E direi coisas lindas pra amaciar meu jeito carrancudo de ser.
E viro menina pra não ver a mulher dura que sou capaz de me tornar.
E me apaixono sempre, sempre, sempre que teus olhos cruzam os meus.

"eu descobri um mundo teu e ele é manso..."

No ônibus passo uma hora pensando em coisas pra escrever, e quando chego, travo.

- A...A...
Ela olha fixamente para ele.
- Nossa, passou a vontade de espirrar. Como você consegue fazer isso?
- Te falei que funcionava!
...É que eu tenho super poderes.
- Huum. Vem em cápsulas?
- Não.
- Herdou dos seus pais?
- Não. É que... (abaixa o tom de voz, faz tom de segredo) eu sou de outro planeta.
- Olha só! E cadê tua nave?
- Vim de taxi-nave.
- E que outros superpoderes você tem?
- Ah... com o tempo eu mostro.
- E como é a vida no outro planeta?
- Ah. As pessoas são diferentes. Valorizam o que tentam ser, e não o que são. Aliás, lá as pessoas não são, só estão.
- Mas aqui na Terra também é assim.
- Ah, aqui as pessoas tentam esconder quem são, é diferente. Jogam pra baixo do tapete aquilo que acham que os outros não gostam, mas não tentam mudar.
- Eu não sou assim.
- Sim, mas eu esqueci de te contar uma coisa... eu tenho visão raio x.
- Ah, claro! Você esqueceu de contar esse detalhe.
- Pois é. Pela minha visão, pude ver que vc não é daqui também. Teu coração é grande demais.
(silêncio)
- Queria encontrar pessoas do meu planeta.
- É, eu também. Mas fico feliz de encontrar mais alguém que também não é daqui.

Eles não são verdes.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

a garganta engole os olhos cheios de lágrima

e o coração espreme-se num cantinho do corpo.
surge um sorriso, enfim. amarelo. transforma-se em beijo.

é férias.
o mundo tira férias de mim e então eu viro o mundo e fico me exigindo.
um bom desempenho.
uma boa leitura.
um bom escrito.
um bom caráter.
um dia bom.

e os sentimentos andam tão explosivos que nada mais tem importado. além dos sentimentos e os envolvidos. nem mesmo esse blog abandonado.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

coisas de (in)família

- oi.
- oi, quem fala?
- é isabel.
- oi, aqui é seu tio.
- ah, oi.
- você está bem?
- sim, estou.
- ah. está estudando?
- sim, estou.
- você lê em inglês?
- sim, leio.
- hum, se quiser, tenho uns livros aqui da sua avó, posso te dar.
- ok, depois vejo.
- seu pai está?
- não. trabalhando.
- sua mãe?
- também.
- avisa pra me ligar?
- aviso.

família, após mais de 10 anos sem se falar.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

então era isso que eles diziam!

"Que dias há que na alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê."
Luís de Camões

"Encontraste-me um dia no caminho
Em procura de quê, nem eu o sei.
- Bom dia, companheiro - te saudei,
Que a jornada é maior indo sozinho.

É longe, é muito longe, há muito espinho!
Paraste a repousar, eu descansei...
Na venda em que poisaste, onde poisei,
Bebemos cada um do mesmo vinho.

É no monte escabroso, solitário.
Corta os pés como a rocha dum calvário,
E queima como a areia!...
Foi no entanto

Que chorámos a dor de cada um...
E o vinho em que choraste era comum:
Tivemos que beber do mesmo pranto."
Camilo Pessanha
 
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