domingo, 31 de agosto de 2008

pensamentos que invadem o domingo.

Deixo que as águas invadam meu rosto,
Gosto de me ver chorar.
Finjo que estão me vendo
Eu preciso me mostrar...
Bonita,
Pra que os olhos do meu bem
Não olhem mais ninguém
Quando eu me revelar
Da forma mais bonita
Pra saber como levar
Todos os desejos que ele tem
Ao me ver passar
Bonita...
[chico buarque]

Uma câmera digital. Dois livros de filosofia. Fone de ouvido.
É, dinheiro não compra a felicidade, mas dá acesso a um pouco dela.
[bel]

Pois toda esta beleza que te veste
Vem de meu coração, que é teu espelho;

[shakespeare]

sempre fui super animada para aniversarios. ansiosa. dia de comemorar com os amigos, familia...
pela 1a vez, não estou me importando muito.
me avisaram que aos 20 anos isso ia acontecer. ainda reluto em acreditar que seja mera questão numérica.
talvez seja pelo fato de eu querer estar em 3 lugares ao mesmo tempo, no mínimo. e só poderei estar em um. por isso escolho o mais óbvio.
[bel]

e a melancolia que não sai de mim, não sai, não sai...
[tom jobim e vinicius de moraes]

preservar a saúde. não correr risco de vida.
risco de vida.
risco da vida surgir.
risco de viver.
proteger-se do risco, riscar a vida.
matar a vida antes mesmo de arriscá-la.
riscar a vida antes mesmo dela nascer.
[bel]

sábado, 30 de agosto de 2008

quando você diz, o que ninguém diz...

- queria que o tempo parasse agora.
- ...ele parou!

sábado, 23 de agosto de 2008

você está presente...

- na escova de dentes que continua ali, intacta, no armario do banheiro. sempre cintilante quando eu vou pegar a minha.
- na gravação de vc cantando pra mim, que fica escondida na lista de musicas do winamp.
- na água que fica na saboneteira e vc sempre brigava pra eu tirar, senão derretia o sabonete.
- na garrafa de licor vazia que eu não tive coragem de jogar fora.
- no seu casaco azul que eu ainda uso quando fico em casa.
- na camiseta que fiz pra você e fiquei com ela.
- nas músicas de amor que, na falta de um amor novo, canto elas pra você em segredo.

fui sincera quando disse que você não é tudo pra mim, mas está em tudo que é meu. talvez continue sendo verdade isso, até porque poucas coisas andam sendo minhas de fato ultimamente. e o passado, ah... o meu passado. pertence mais a nós que apenas a mim.
e as saudades, deixo pras musicas, pros livros, pros filmes, e pra um amor que não cabe em mim, pelo menos não mais. e pra um choro que não derrama lágrimas.
qualquer dia descubro porque chorar por você (ou pela falta de você) é tão difícil, por mais tentador que seja.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

uma itaipava e mil pensamentos.

nós do canto esquerdo inferior da sala
nada como começar a semana com meus contra-padrões favoritos (e únicos) da minha sala. enquanto a professora contava de seus porres, amigos esquizofrênicos, quimioceptores e a luz das pessoas (fragmentos que consegui captar da aula), teorias e constatações por segundo emergiam no canto esquerdo inferior da sala.
basta uma frase para trocentas teorias competirem seu espaço, num tom mais baixo, disfarçado.

e eu digo calma, alma minha, calminha...
hora do almoço, começa a correria. obrigações obrigatórias, imaginárias, de tudo quanto é tipo, para dar e largar (para cumprir não há mais forças).
estou numa fase cansada de tudo. niilismo a flor da pele. as lágrimas prestes a cair a qualquer momento. sempre a um milímetro de virar um milhão de caquinhos espalhados pelo chão, estáticos devido a falta de vento em Santos.
experimento não fazer nada, mas fazer nada de nada adianta quando a aceleração já se fundiu com a minha pessoa.

cerveja, igreja e suor.
dia intenso, nada como ir pra casa. espero no ponto o ônibus por mais de meia hora, e eis que chega o grande, azul e imponente 04. cheio. cheio de gente cansada, de que teve um dia cheio. dentre tantas cadeiras pra eu ficar na frente, escolho a de três pessoas aparentemente da minha idade. indo para a faculdade.
irresistivelmente, como de costume, começo a prestar atenção na conversa. ah... não sei dizer até agora se me arrependi ou se valeu tanto a espera do ônibus. conversavam sobre religião. tentavam convencer uma menina a se "converter" para a igreja evangélica.
o papo era dos mais contraditórios possíveis. ora falavam de como a igreja não proibiu nada, ora falaram de como custou para largar antigos costumes (que não são pecaminosos, mas ninguém quer fazer sabe-se lá porque) tipo tomar cerveja. falavam de como não eram um grupo chato, que só falava de igreja, mas também falavam de como sonhavam em um dia ser daquelas pessoas que oram 24hs por dia. tinha horas que eu não resistia e ria. é uma coisa que chega a ser engraçada. me sentia assistindo casseta e planeta, numa vinheta em que eles fazem sátira dos evangélicos. o mais bizarro é ver que eles nem se esforçam quando fazem essas piadas, simplesmente reproduzem o discurso.

é isso.
não me estenderei muito a falar mal de religião, pois seria hipocrisia considerando que eu frequento (mesmo discordando da doutrina) o meu templo, todos os dias, das 8hs às 20hs.

lá a bíblia é outra, embora tão grande quanto. chama tortora.

domingo, 17 de agosto de 2008

emocionada

depois de tanto chiar, parece que as pessoas estão tentando derreter meu coração que anda gelado, gelado.

estou aparentando estar tão em caos quanto estou me sentindo, para as pessoas me mimarem desse jeito? não sei, só sei que é bom, de vez em quando, ouvir um carinhozinho sincero, discreto.

"(...) Sempre fico pensando como seus olhos conseguem chorar sorrindo. O que será que podemos aprender com eles?"

"Só fala o que quer, demonstra o quer, luta pelo o que quer. E como luta! Luta por ideiais, pela vida, luta pelos outros e por ela mesma.E no fim de um bom dia, te dá um daqueles sorrisos únicos, de quem só sorri quando realmente sente isso."

fora um que escutei por aí, nos corredores daquela universidadezinha que tem andado mais gelada que meu coração.

momento obsessivo

- novo msn?
- sim.
- só para os vips?
- não.
- dá pra você deixar eu me sentir um pouco importante, por favor?
- haha, essa sua vontade tão excessiva me faz cada vez mais querer provar o contrário. virou quase um passatempo.
- pra que essa tristeza no coração?
- pra que essa alegria compulsória no mundo?

...
para provar que quando é pra ser antipática, eu consigo. e ISSO é ser antipática.



ok, está virando obsessão, admito.

sábado, 16 de agosto de 2008

da vida do filme, do filme da vida.

"- que morte besta.
- ela morreu de solidão, isso está longe de ser uma morte besta.
- bobagem... ninguém morre de solidão!
- como você quer ser comandante da revolução sem conhecer a solidão das pessoas?"

de cabra-cega
da vida

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

se despede da sua dor, diz adeus à sua alegria...

...não há o que lamentar quando chega o fim do dia.
(arnaldo antunes, fim do dia)

chego em são paulo sempre com a sensação de que fiquei fora um mês. santos tem dias intensos demais, longos demais, embora passe tão rápida a semana.
paradoxo bizarro.

paradoxo é uma palavra engraçada. penso se falássemos como o som de x mesmo, tipo "paradócho". engraçado.

vim pensando como é gostoso ouvir elogios daqueles atrás da porta, sem querer. aconteceu no momento certo. cansada de levar tapas metafóricos na cara. quero carinhos de palavras. abraços que digam "é por aí. pelo menos vc está tentando."

preciso de reforços positivos.
e quem não precisa, não é?

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

minha mente gira como um ventilador...

complicado ordenar, tentar entender, analisar, e passar em palavras todos os pensamentos que giram. pode ser falta de sono, de alcóol, de paciência. pode ser excesso de conhecimento, excelência, exigência...
pode ser tanta coisa. pode não ser nada.

mas dói. e passa... e dói de repente com tudo. mas daí, um sorriso, uma conversa, um abraço... e tudo passa outra vez.
até a próxima vez, dorzinha chata.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

experimentando na aula de experimental*

todos falam que hoje somos obrigados a ser feliz o tempo inteiro, e isso provoca uma overdose de prozacs, já que ninguém consegue corresponder a tal exigência (ou consegue?).

pensando: a "descoberta" e, em seguida, popularização da depressão patologizou a tristeza. assim, felicidade virou sinônimo de saúde e, ficar triste, coisa de quem precisa ir pra psicólogo ou qualquer um que arrisque tratar da sua cabeça (isso já invadiu tanto todos os espaços que qualquer coisa que se pratique de lazer vire promoção de saúde mental, então você é OBRIGADO a descansar, e a empresa permite isso, para que vc PRODUZA um bem-estar).

enfim. obrigado a ser feliz o tempo inteiro, criamos mecanismos alternativos ao prozac para corresponder a isso. dessa forma, acaba ocorrendo uma inversão de valores. festas, muitas drogas e porres até a orelha para nos fazer feliz. pelo menos essa noite. e na próxima. e na outra. e na outra um pouquinho, porque no dia seguinte tem reunião cedo.

o pensar e refletir foi deixado de lado, pois isso incomoda. incomoda, permitindo até um pouco da tristeza entrar. dores necessárias, como canso de falar por aqui. e dores necessárias lembra depressão. ninguém quer ficar doente, ainda mais sabendo que depressão pode desencadear uma série de coisas. quem sabe até câncer.

então, deleuze, fica pra próxima. me vê mais uma dose aí, garçom!

*conversas na sala com a kinna.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

da série: diálogos.

Ela - adoro quando eu sou mala voluntariamente...
Ele - óóóótima frase, vou adotar.
Ela - tem a ver com a sua filosofia de vida
Ele- sim sim. não tá na moda o voluntariado?
filantropia?
Ela - hahahahaha, essa foi tão boa quanto a instituição familia em crise.
nossas piadas estão cada dia mais academicas.
Ele- deve ser por isso que minha amiga tá insistindo aqui que eu estou chato.
devo estar funcionando em outro plano humoristico, não é possivel

Ela: vai ver é seu ascendente
Ele: ascendente só depois dos 30. ele só exerce influência (não no maldito sentido de assoprar pra dentro, porra) a partir dos 30.
fiz questão do parênteses. para não dar margem para outra piadinha academica.
Ela: vc é muito gay.

e assim acabam todas as nossas conversas. adoro.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

qualquer dia te encontro atrás do meu fogão

não sei o que quero. ultimamente vou moldando minhas vontades a base de tentativa e erro.
os erros são grandes, algumas vezes. alguns poucos arrependimentos. algumas muitas saudades. saudades de conversas, de dias. a vontade é de repetir histórias, e não reencontrar as pessoas.

...porque tudo sai de contexto quando os personagens fazem suas histórias mesmo estando fora de cena.

sábado, 9 de agosto de 2008

descobertas

me entrego naquilo que faço. aquilo que produzo não sou eu.
eu passo a ser aquilo que fiz, pensei.

sou fruto de minha própria obra. como nietzsche.
mas minha obra é bem mais tosca. como eu.

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"sei mais caminhos que os meus sapatos
na escuridão esperava por ti
mas ontem rasguei teu retrato
te matei e dormi"

serenata sem estrelas, zeca baleiro

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"Um dia desses eu separo um tempinho e ponho em dia todos os choros que não tenho tido tempo de chorar."
Drummond

anyone else but you

You're a part time lover and a full time friend
the monkey on your back is the latest trend
I don't see what anyone can see in anyone else... but you

I'll kiss you on the brain in the shadow of the train
I'll kiss you all starry eyed my body swingin' from side to side
I don't see what anyone can see in anyone else... but you

Here is the church and here is the steeple
we sure are cute for two ugly people
I don't see what anyone can see in anyone else... but you

Pebbles forgive me, the trees forgive
So why can't you forgive me
I don't see what anyone can see in anyone else... but you

I will find my niche in your car
with my mp3, dvd, rumble pack guitar
I don't see what anyone can see in anyone else... but you

Up down left right left right
Be a start just because we use cheats
doesn't mean we're not smart
I don't see what anyone can see in anyone else... but you

You are always tryin' to keep it real
I'm in love with how you feel
I don't see what anyone can see in anyone else... but you

We both have shiny happy fits of rage
You want more fans, I want more stage
I don't see what anyone can see in anyone else... but you

Don quixote was a steel driving man
My name is Adam I'm your biggest fan
I don't see what anyone can see in anyone else... but you

Squinched up your face and did a dance
Shook a little terd out of the bottom of your pants
I don't see what anyone can see in anyone else...but you

...but you

*música do filme Juno
**quando não se está apaixonada por pessoas ou pela vida, o que resta é se apaixonar por filmes. e livros. e música.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

força fraca.

ler e conhecer permite acreditar e desacreditar em certas coisas. deixar se afetar por determinados fatos lidos e conhecidos resultam em movimentar-se. movimentar-se gera gasto de energia e te faz aparecer. aparecer permite julgamento. gasto de energia resulta em cansaço. cansaço por algo que deu certo gera descanso merecido e energia recarregada.
cansaço por algo mal julgado provoca desânimo e desistência.
sinto muito, mas estou prestes a largar esse mundo.

"é preciso defender os fortes contra os fracos."
nietzsche

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

insensível, você diz...

hoje levei um tapa metafórico.
doeu, metaforicamente falando.

domingo, 3 de agosto de 2008

são as pequenas coisas que valem mais, é tão bom estarmos juntos... e tão simples.

sei. escrito gay demais, acredito. mas vou fazer mesmo assim. só acho engraçado olhar pra trás e lembrar de coisas tão idiotas que me fizeram feliz...
tipo:
. discussões fervorosas de madrugada na escada, sobre a maionese que agora é feita de leite.
. mãos que se batem e ao invés de recuarem, se abraçam. e aí trocam carinhos. e aí o coração dispara.
. refeições familiares com muita risada que há tempos não tinha, seja por muita distância ou por pouco tempo, ou por humor médio...
. coxinha com coca light com meu pai, às quartas feiras, quando ele me buscava na escola.
. cabelos bagunçados na cama bagunçada, o ombro como travesseiro. calor humano. abraço.
. reencontrar uma amiga e ver que nada mudou, mesmo que tudo tenha mudado. e então ter um desabafo nervoso sobre algo que só ela entenderia.
. um bom episódio de um bom seriado
. um bom trecho de um ótimo livro.
. encontrar o livro que minha mãe indicou pro meu pai, talvez pra impressionar, quando eles estavam se conhecendo. e meu pai comprou. talvez pra impressionar também.

ah, é isso. e que venha o segundo semestre, então.

sábado, 2 de agosto de 2008

e eu digo calma alma minha, calminha...

a vida tem que acontecer devagar quando se vive lendo nas entrelinhas. vivo. escrevo. escrevem. leio, releio. tento entender. entendo. desentendo. descubro, redescubro. perco. acho. adoro quando acho minha vida em livros, filmes, músicas. nem que seja um trechinho, que lembre um pedacinho da vida. não me sinto "mais uma no mundo". sinto que não estou sozinha. pelo menos não tanto quanto parece.

"no cine-pensamento eu também tento reconstituir
as coisas que um dia você disse pra me seduzir
enquanto na janela espero a chuva que não quer cair
o vento traz o riso seu que sempre me fazia rir
e o mundo vai dar voltas sobre voltas ao redor de si
até toda memória dessa nossa estória se extinguir
e você nunca vai saber de nada do que eu senti..."
Arnaldo Antunes

"Importante são aqueles dez minutos de conversa boa com quem me conhece, ou com alguém que acabou de me conhecer, mas que me sabe tão bem quanto eu mesma. Tenho preguiça das pessoas novas, ou das pessoas com quem não compartilho mais do que a idade ou um projeto do acaso. Elas não são tão importantes assim, coitadas.Importante, importante mesmo, é aquela primeira cerveja depois dos quase quinhentos quilômetros até a casa dos meus pais. O último episódio da temporada de “Lost”, uma massagem nos ombros e um final de semana a cada cinco dias."
Blog da Cléo Araújo

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

ressaca litorânea

seu cheiro
em ondas
no quarto

as ondas levam
seu cheiro
no mar.

reflexões sobre a lei seca

mais perigoso que misturar bebida e direção...







...é misturar bebida com falta de direção.
 
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