quinta-feira, 31 de julho de 2008

"Perfect strangers when we meet
Strangers on the street
Lovers while we sleep."

"De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome que há no mundo..."

Ultimamente não tenho falado muito, apenas escutado...

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Leminskando

en la lucha de clases
todas las armas son buenas
piedras
moches
poemas

........

podem ficar com a realidade
esse baixo astral
em que tudo entra pelo cano

eu quero viver de verdade
eu fico com o cinema americano

........

Amor, então, também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

te dou amor enquanto eu te amar. prometo te deixar quando acabar.

"Vou mostrando como sou e vou sendo como posso.
Jogando meu corpo no mundo, andando por todos os cantos."
mistério do planeta; novos baianos

quando criança, adorava brincar de lego. gostava de montar a casa, o carro, tudo... minhas amigas gostavam de brincar com a historinha.
na hora de brincar de playmobill, pegávamos todos, montávamos a cidade, e na hora de brincar com a historinha, eu perdia o interesse.
brincar de barbie: escolhia as roupas, montava a casa, a lanchonete, tudo... na hora de brincar, perdia interesse.

cresci, e assim faço com homens: pego os mais bagunçados, e quando eles estão prontinhos, felizes, fortes... largo!

terça-feira, 29 de julho de 2008

cansei de escrever.

eu começo a escrever, mas apago. cansei de escrever. espero que isso seja um sintoma de que estou parando de pensar. porque pensar cansa.



e dá rugas.

e hoje estou assim. poucas palavras, muitos pontos finais.
abandonei as reticências reflexivas, com tom de que tem muito mais a dizer do que está realmente falando. hoje é isso. é isso e pronto.

domingo, 27 de julho de 2008

versos perdidos...

o fim de semana tinha dono. e hoje não é de ninguém, muito menos meu.
por isso, quando chega sábado, eu só torço pra ele passar logo, voar, correr, pra segunda chegar.

porque sábado e domingo é dia de esperar os dois fazerem o que tem que fazer, cumprir suas 24 horas e acabar de uma vez.

dói... ainda dói.

sábado, 26 de julho de 2008

madrugada doída

choro em silêncio a dor
sofro mas nem a lua tem pena de mim
sei mais caminhos que os meus sapatos
na escuridão esperava por ti
mas ontem rasguei teu retrato
te matei e dormi.

serenata sem estrelas, zeca baleiro

"Ama-me menos, mas ama-me por muito tempo"*

* do filme Les Chansons d’Amour

por um instante, desejei que minha vida fosse um filme.
o instante na verdade não passou ainda.
alguém grita:

- CORTA! Não tá dando certo, não! Vamos ter que refazer essa cena... tem algo de errado! Vamos arrumar esse diálogo, vamos...

Queria que minha vida fosse um filme de diálogos perfeitos, com uma trilha sonora perfeita e personagens incomuns. Chega de padrão. Quero revolucionar o cinema com o filme da minha vida.

cruel. cruel. cruel. 2

[um dia desses você vai ficar lembrando de nós dois
e não vai acender a luz do quarto quando o sol se for
bem abraçada no lençol da cama vai chorar por nós
pensando no escuro ter ouvido o som da minha voz
vai acariciar seu próprio corpo e na imaginação
fazer de conta que a sua agora é a minha mão
mas eu não vou saber de nada do que você vai sentir
sozinha no seu quarto de dormir...]

arnaldo antunes, quarto de dormir

sexta-feira, 25 de julho de 2008

cruel. cruel. cruel.

"A gente saía, você segurava minha mão e assim ficava fácil de a vida ganhar sentido. Acontecia em cada esquina, quando a gente parava para esperar os carros e você me beijava. E segurava a minha mão. E me beijava de novo. E de repente, eu pensei: acho que quero esse homem para sempre."

Cléo Araújo.

...saudade da sua mão quentinha.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O caçador de crocodilos e a astronauta. (Cleo Araújo)

Os dois estão em um bar.
Ela com uma amiga numa mesinha; ele com um amigo, encostado no balcão. A amiga, então, vai até o banheiro, e ele aproveita para se aproximar dela, que segura uma mecha do cabelo e a movimenta fazendo rolinhos.
Direto, ele inicia o diálogo: “Oi. Posso?” - e puxa uma cadeira.
Ela, ainda fazendo rolinhos com a mecha de cabelo, responde: “A gente se conhece?”.
Ele diz que não, mas pergunta seu nome e se oferece para pagar uma bebida.“Meu nome é Gilberta. E o seu?”
“Patrício.”
“Então, Patrício, o que é que você faz?”
“Sou caçador de crocodilos. E você, Gilberta?”
“Sou astronauta.”
Tudo mentira.
Primeiro porque o lance de pagar uma bebida só funciona como cantada em filme americano. Segundo porque tratamos aqui de um diálogo insólito, a despeito dos inúmeros encontros casuais que a vida oferece, seja no boteco, no avião, no metrô, no ônibus, nos scraps do orkut ou até na sala de espera do dentista.
Geralmente, e diferentemente do que nos traz a hipótese “Gilberta versus Patrício”, o nome nem é a primeira coisa que se pergunta. Mas a pergunta sobre o ofício do outro a gente invariavelmente faz. E nisso, Gilberta e Patrício acertaram.
É assim: posso até não saber que ele se chama Anísio, mas sei que ele trabalha como dublê no SBT.
Isso talvez ocorra porque a indagação “O que você vai ser quando crescer?” seja uma das mais intrigantes questões da existência. Essa pergunta, do instante em que é introduzida à vida de um fedelhinho pré-adolescente, começa a despertar prospecções e projeções altamente criativas. E mesmo que essas costumem ser frustradas no futuro - ele descobre que não vai poder ser o Shrek e ela que não vai poder colocar “Tomb Raider” no objetivo do Currículo – é o que você faz que geralmente importa.
Não quem, mas o quê você é.
Eu já conheci muito publicitário, por exemplo. Não me lembro se Fernandos, Fábios ou Guilhermes, mas sem dúvida publicitários.
Conheci também empresários, advogados, médicos, produtores, programadores e fisioterapeutas.
Coisas básicas. Coisas, enfim, que constam da lista de vagas da Catho. Uma gente que, assim como eu, vai lá, escolhe a profissão, estuda (ou não) e fica com uma resposta prática para oferecer às pessoas quando inquirido a respeito da sua labuta.
Mas... E um árbitro de futebol? Ou algo como “Oi, tudo bem? Eu? Sou afinador de pianos.” Incomum trocar idéia com um Deputado Federal num bar qualquer da vida, não? “Sou deputado eleito pelo Rio de Janeiro. E você?” Nunca conheci um meteorologista - “comecei com garoas e trovoadas esparsas, mas hoje trabalho no setor de ciclones extratropicais”; não encontrei por acaso com um adestrador de cachorros, tampouco com um cartunista, um maestro, um capitão de transatlântico, um perfumista, um sismólogo, um detetive, um coreógrafo ou um guarda florestal.
A gente cansa, depois de uns 30 anos, de conhecer a galerinha do mercado financeiro e os atendimentos de agência. Todo mundo legal, todo mundo com algo a agregar, tudo bem, mas pensar no universo infinito de pessoas com profissões inusitadas que estou deixando de conhecer me deixa aflita. É como se eles estivessem todos se escondendo em algum lugar secreto, algum boteco subterrâneo ou em alguma sala de espera misteriosa.
Empinadores de pipa, ventríloquos, encantadores de cavalos, palhaços de rodeio, comissários de bordo e campeões de boliche.Sim, é lá que eles devem estar, esses seres interessantíssimos. Divertindo-se escondidos e casando-se uns com os outros. Patrícios e Gilbertas... Seguros e protegidos de nós, trabalhadores óbvios e monótonos que limitaram suas vidas ao que nos oferecia o manual da FUVEST.
http://blonicas.zip.net/index.html

para uma péssima metáfora, uma ótima resposta.

- sabe aquelas cenas de filmes de monstro, tipo Godzilla, que pega uma pessoa e levanta ela no ar, e ela fica agitando os braços e pernas, tentando sair, e o monstro levantando?
- sim, sei.
- eu me sinto como se Deus tivesse me jogado desse jeito, com a mão gigante dele, no caos do mundo.
(pausa)
mas isso é só uma metáfora ruim, pra começar que eu não acredito em Deus, então faria mais sentido até um godzilla me pondo no mundo. mas isso não faria sentido nenhum pras outras pessoas...
- eu prefiro o Godzilla te colocando no mundo do que um cara barbudo de olhos azuis.... ei, apesar que se ele fosse barbudo e seboso, além de Deus ele poderia ser seu futuro peguete!

é, tô bem na fita.

pensamentos de uma escada

quantos pés passam por mim, indo cheios para a vida vazia de todo dia. trabalho, carro do ano, casamento, gordura trans (não sei bem o que é, mas sei que faz mal), guerra, cheque especial, eleição, feriado (praia ou montanha?), clonagem, escola, filhos, caso Isabella (barbaridade...!!!), novela, jantar ("vamo pedir algo, né benhê?").

às vezes um casal apaixonado para e fica horas e horas se esforçando pra se despedir, e conseguir ir embora. ah...o amor! não existe amanhã pro amor. existe o agora, e a morte do agora é o maior crime para os apaixonados... a separação é uma amputação pra quem só pensa em fazer dois virar um só. pelo menos naquele instante, em que o outro parece ser sua metade.
e existe o sono, a fome, a vontade de fazer xixi, a necessidade de ir dormir cedo para um compromisso inútil logo na manhã seguinte, mas os dois apaixonados parecem engessados no portão, conversando, e conversando. e despedindo, despedindo novamente, beijos, abraços e silencios. risinhos confidentes ("é, parece que não vamos mesmo...").
começam a fazer estratégias: "o próximo taxi que passar, prometo que vou embora!". de vez em quando, umas loucuras aparecem: "e se eu não fosse naquele negócio amanha? eu não queria mesmo..." (como se um dia fosse ficar mais fácil essa separação... e se esse dia chegar, vai ser tão triste... que vontade do tempo parar agora. o mundo podia acabar agora. não haveria separação amputada ou decepcionada. o mundo simplesmente acabaria e pronto.). até que uma hora eles resolvem ir, e enfim vão. fico sozinha, com meus frios degraus.

de vez em quando vem um cachorro e mija em mim.
de vez em quando é um mendigo. de vez em quando é até um burguês, bêbado.

mas quantas coisas se aprende sendo uma escada. simplesmente lá, de acesso a uma grade verde, que protege vários apartamentos cheios de vida vazia.
os pés, tênis, sapatos e meias (alguns chinelos aventureiros da cidade), saltos... xixis, cocôs, a água da chuva, a água da mangueira, o chiclete... e em algumas madrugadas aparece: o sentido do mundo, a consciência, a cerveja e a angústia que é estar vivo num mundo de incompreendidos.
ah...! quantas conversas revolucionárias. quantos planos toscos e lindos para destruir o poder.
quantas lágrimas derramadas, e quantas guardadas para não me molhar... ou para não mostrar a fragilidade para mim.

onde já se viu um revolucionário que chora? e onde já se viu um ser humano que chora e afirma "EU NÃO AGUENTO MAIS" sem soar aos degraus alheios como um mero "depressivo a mais no mundo"?

ah... quem dera que alguma dessas pessoas chegasse um dia ao poder! que dia maravilhoso seria esse! que vontade tenho eu de expulsar essas bundas dos meus sujos degraus para essas bundas se alojarem num trono qualquer no mundo.
mas essas pessoas nunca chegariam ao poder, e talvez nunca nem o tentariam alcançar. essas pessoas acham o poder podre, por mais que sabem que achar isso é ingênuo e nunca vai fazer com que algo mude. essas pessoas me acham mais confortável que qualquer trono de ouro.
para essas pessoas, sentar em mim com uma Bohemia talvez chegue a ser a única coisa que faça sentido na vida delas.

ah! que perfeito seria se todas essas pessoas chegassem um dia ao poder...
mas essas pessoas não passam nem no Concurso Público para contribuir com o desenvolvimento do Brasil. porque por mais que pareça que falte gente, é só uma ilusão. as vagas são até limitadas.

e então elas vão embora. conversa boa, e nada mudou. pelo menos não no mundo. não na escada.

...

- oi.
- e aí, tudo bom?
- tudo, e você?
- tudo bem... novidades?
- não, e você?
- ah, não... e vc?
- também não...
- entendi... e a faculdade?
- ah, super puxada! mas tá bem legal... e vc? passou já?
- putz, passei! nem acredito que as férias chegaram...

...

- oi.
- olá!!! blz?
- blza, e com vc?
- tudo certin...
- e aí, como andas a vida?
- ah, caminhando.. hehehe... e com vc? tem novidades?
- ah, não...!

...

- oi!
- oláaaa, tudo bom?
- tudo bem!!! e vc?
- tudo bem!
- novidades?
- não, e vc?
- putz, tb não...
- ah...

...

- e aíiii, beleza?
- beleza, e vc? putz!!! quanto tempo!!!!
- pois é... correria, né.
- é...! mas conta aí, que que vc tem de novo pra me contar?
- ah, nada demais... férias da faculdade, nem acredito!
- hahaha nem fale... ow, vamos aproveitar pra nos ver.
- vamos sim...
- é.

...

- ei, tudo bem?
- tudo, e contigo?
- tudo bem... tá de férias já?
- to sim, e vc?
- tb... bom, né?
- muito bom...

...

Cansou?
Eu também.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Hey, remember that time when we decided to kiss anywhere except the mouth?

procurando por algo diferente. mas sempre é mais do mesmo. sempre.
às vezes parece que quando a gente acha que tá ficando louco é quando a gente percebe na verdade que tá recuperando um pouco da lucidez, e enxergando o quanto o mundo tá louco.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

sem-mais-títulos

"Meu coração vive cheio de amor e deserto
Perto de ti dança a minha alma desarmada."
[balada de agosto]

e eu me visto de saudades do que já não somos nós

nossa vida gira em torno da morte.
como deixar a vida menos entediante possível até chegar a nossa hora.
com quem buscaremos suporte para conseguir esperar por ela sem fazer com que nos antecipemos.
como fazer para nos tornar inesquecíveis, mesmo depois que ela chegar.

como seria viver sem saber que um dia isso tudo vai acabar? quem sabe dizer se isso seria melhor ou pior?



...só nós dois, meu amor, não cabemos em mim ou em você.

"and i can sing this song so blue that you will cry"
*saiu sem querer. vim falar do amor, falei da morte.

domingo, 20 de julho de 2008

e estamos conversados.

Eu não acho mais graça nenhuma nesse ruído constante que fazem as falas das pessoas falando, cochichando e reclamando - que eles querem mesmo é reclamar. Como uma risada na minha orelha, ou como uma abelha, ou qualquer outra coisa pentelha, sobre as vidas alheias, ou como elas são feias, ou como estão cheias de tanto esconderem segredos que todo mundo já sabe - ou se não sabe desconfia.

Eu não vou mais ficar ouvindo distraido eles falarem deles e do que eles fariam se fosse com elese o que eles não fazem de jeito nenhum, como se interessasse a qualquer um.
Eles são: As pessoas. As pessoas todas, fora os mudos.

Se eles querem falar de mim, de nós, de nós dois, falem longe da minha janela, por favor, se for para falar do meu amor. Eu agora só escuto rádio, vitrola, gravador. Campainha, telefone, secretária eletrônica eu não ouço nunca mais - pelo menos por enquanto. Quem quiser papo comigo tem que calar a boca enquanto eu fecho o bico.


E estamos conversados.
[arnaldo antunes]

sábado, 19 de julho de 2008

passeio

"então erguemos muros que nos dão a garantia de que morreremos cheios de uma vida tão vazia."

sábado de manhã. dia de voltar da terapia levando meus pensamentos para passear pela região da Av. Paulista. o mp3 ligado, deixo quem quiser susssurrar (às vezes gritar) no meu ouvido - claro que passado antes por uma certa seleção.

ano passado, fiquei de dar uma havaianas x pra uma amiga e estava indo comprar quando soube que entrei na UNIFESP Santos. dessa forma, posso dizer que a primeira coisa que fiz quando passei na UNIFESP foi comprar uma havaianas vermelha. talvez, se não fosse pelo presente pré-selecionado da minha amiga, nunca teria adotado a filosofia que adotei quando fui morar em Santos: a filosofia de queimar a calça jeans e enforcar o tênis com o cadarço.

desde o ano passado, meu all-star e meu tênis da nike ficaram restritos para dias de laboratório de anatomia e visitas à Zona Noroeste. a calça jeans, fui usar de novo apenas esse ano. o dia que vesti uma calça jeans ano passado, acabei passando numa feirinha, vi um vestido lindo e comprei. saí da loja usando.

e assim como os paulistas que vão pra Santos levam seus tênis e jeans pra lá, eu de Santos trago pra cá minhas saias, vestidos, chinelos e sandálias. é impressionante como roupas leves dão mais leveza pra vida. é impressionante como a calça jeans prende, reprime, deprime...
talvez São Paulo seria mais feliz, não fosse esses azuis pesados. talvez o Sol passaria mais por aqui...

entro na livraria. horas e horas circulando. quantos livros ainda terei que ler, que coprar, que indicar... passo o itaú cultural, o sesc paulista... eventos que perdi, eventos que pensei em ir mas provavelmente não irei.
casa das rosas: aah, preciso ir mais vezes pra lá. um casal se alongando lá em cima, uma senhora entrando pra ver uma exposição que fica atrás do jardim. uma criança se debruçando para olhar uma flor.

vou caminhando... lembranças ao passar em uma loja, uma banca, uma estação de metrô. tantas pessoas que me vem na cabeça... botecos que antes eu frequentava, agora reformados. alguns, com os mesmos clientes...

no masp, uma fila para ver a exposição, e umas pessoas fazendo um manifesto. fora dantas! velhinhas achando graça, colando o adesivo na roupa. pessoas que estavam passando e param, começam a participar do movimento. as pessoas na fila aplaudem. a polícia de canto, só assistindo.

os pensamentos vão correndo, dançando, doendo, flutuando... idéias para o futuro, planos para o passado (eu deveria ter respondido desse jeito!, deveria ter ido lá...), programas, projetos, sonhos, recordações.

enfim, conjunto nacional. mais livros, mais planos... vejo a exposição que tá no andar de baixo. coisa bizarra.

a av. paulista acabou, o post também.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Encontros desencontrados, Desencontros encontrados...

*o encontro de um rascunho de janeiro, visto como algo em potencial.

É engraçado pensar quantas pessoas que passaram despercebidas por minha vida possam ter feito parte da composição. Ou decomposição.

A questão é que podemos ser afetados, transformados, deformados, inesperadamente, por qualquer pessoa. Certos encontros me dão tanta gratidão que tenho vontade até de agradecer o sujeito da oração (ok, nesse caso me assumo como objeto), e confesso que não o faço por vergonha.

Bastou uma frase. Bastou uma indicação de um filme, uma música, um livro... bastou um abraço. Às vezes, basta o silêncio. E, às vezes, porque não, basta a falta de uma fala.
Hoje, bastou um sorriso. Um sorriso largo que veio do chão, de uma cabeça erguida de um pote de Cup Noodles, em frente à padaria.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

"e se você fecha o olho, a menina ainda dança... até o Sol raiar!"

chamem de bipolar.
chamem de inconstante, doida, o que quiserem.

mas não há nada melhor pra começar um dia que uma boa sequencia musical logo que acorda.
e sim, isso faz esquecer todas as tristezas do dia anterior. pelo menos até a música acabar, pelo menos enquanto a menina ainda tiver forças pra dançar...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

TPM, carência, chocolate & cerveja.

2 problemas, 2 soluções - um título bem equilibrado.
a vida passa a ser mais simples e talvez um pouco preocupante quando você sente que todos os seus problemas no dia passarão com um copo de cerveja...

o que falta é o que escrever. desenvolver. pensando... o tempo passa e a gente vai acumulando várias histórias não terminadas. pessoas que a gente deixou pra trás (ou o sentimento de ter sido deixado pra trás por pessoas), sem concluir nada, fazendo com que sempre fique em aberto a chance do reencontro. às vezes o reencontro é apenas conclusivo, confirmativo ("é, foi por isso que fui embora"/ "ainda bem que ele(a) foi embora.").
e a gente deixa mais uma vez, dessa vez sem nunca mais olhar pra trás...

terça-feira, 15 de julho de 2008

a tristeza tem sempre uma esperança de um dia não ser mais triste, não...

"Mas, se ela voltar
Se ela voltar que coisa linda!
Que coisa louca!
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços, os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio
De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim"
[chega de saudade]

"E já nem sei o que vai ser de mim
Tudo me diz que amar será meu fim
Que desespero traz o amor
Eu nem sabia o que era o amor
Agora sei porque não sou feliz"
[canção do amor demais]

recém-chegada da exposição de bossa nova
e eu ando meio romanticamente brega.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

love is natural and real, but not for you, my love...

"I know it's over
And it never really began
But in my heart it was so real
And you even spoke to me, and said:
"If you're so funny then why are you on your own tonight?
And if you're so clever then why are you on your own tonight?
If you're so very entertaining then why are you on your own tonight?
If you're so very good-looking why do you sleep alone tonight?
I know...
Because tonight is just like any other night
That's why you're on your own tonight
With your triumphs and your charms
While they're in each other's arms..."
It's so easy to laugh
It's so easy to hate
It takes strength to be gentle and kind..."
[the smiths, i know it's over]

domingo, 13 de julho de 2008

Varol Bermelho - Antonio Prata

Do bafômetro I
Está em vigor, desde o dia 20 de junho, a nova lei 11.705, que pune com cadeia quem for pego dirigindo com mais de 6 dg/L de álcool no sangue.
“Você pode ser preso por ter comido um bombom de licor!”. Eis o que bradam, pelas bombonieres da cidade, os indignados chocólatras. Eles, minha gente, que ajudaram a fazer de São Paulo, como você bem sabe, a “capital mundial da trufa com Frangélico”.
“Vai em cana por bochechar com Listerine!”. É o que gritam os neocons da higiene bucal, provavelmente receosos de que a lei vá disseminar por nosso país, já tão afogado em mazelas, as pragas do tártaro e da placa bacteriana.
Estou realmente assombrado e admirado que a minha turma do bar esteja se unindo em torno de duas causas tão nobres: bombons e cáries. Claro. Afinal, exigir o direito de dirigir bêbado ninguém tem coragem.

Do bafômetro II
“Um chopinho! Uma tacinha!”, sussurram os mais ousados, olhando para os lados, conferindo se não estão mesmo sendo ouvidos.
Tá certo, eu também acho que uma taça de vinho e um chope poderiam ser liberados. Se fizerem abaixo assinado para mudarem a lei, me mandem por e-mail, eu assino. Mas esse é um detalhe menor, diante da boa notícia de que, finalmente, beber e dirigir vai se tornar um crime de verdade, e que milhares de vidas serão poupadas – e milhares, aqui, não é força de expressão. São mais de trinta mil mortos por ano, no trânsito. Boa parte dos acidentes, causados por motoristas bêbados.
Acho estranho tanto fervor na defesa de um chopinho e uma tacinha. E na vidinha, não vai nada?

Da jaca
Antes de mais nada, preciso dizer: não comemoro a cruzada puritana que assola o globo. A tentativa de impor ao corpo os valores de eficiência e produtividade – as barrigas de tanquinho ISO 12000, propagandas de nosso superávit muscular e superegóico; o troféu pela dominação de nossas panças e nossos instintos.
Todo poder ao telecoteco, ao ziriguidum, à picanha, ao vinho, à cerveja e ao doce de leite argentino. Viva Dionísio, Zé Celso, o Saci Pererê e essa coisa toda. (Se não fosse o álcool, aliás, acho que seria virgem até hoje – no meio da adolescência, só um psicopata pode ter a frieza de ficar pelado, na frente de uma garota, em pleno domínio de suas faculdades mentais). Mas, como dizia Confúcio, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa: assim como quem vier explicar a origem da tabela de logarítimos no meio de um bloco de carnaval deve ser mandado para a Sibéria, não dá pra conduzir uma máquina de uma tonelada a cinquenta quilômetros por hora, depois de beber.
Porém, ah, porém...

Do bafômetro III
Sexta-feira, agora, um cara me dizia, furibundo, já no quarto uísque com red bull: “e se eu quiser tomar um chope saindo do trabalho? Vou preso!”. “E desde quando você toma um chope? Você enche a lata!”. “Eu sei, mas suponhamos que eu queira, é um absurdo não poder!”. Eu, que já estava na terceira long-neck (and rising...), enchi o peito de virtude e passei um sabão no sujeito. Disse que era egoísta da parte dele. Que se a suposta ruína do happy hour viesse a salvar cinco mil vidas, estava valendo. Fiquei até arrepiado com minhas próprias palavras. Depois peguei o carro e fui-me embora para casa. Veja bem: eu, quando como bombom recheado, bochecho com Listerine ou bebo cerveja, dirijo com muito cuidado. Como todo o Brasileiro, aliás.

Do bafômetro IV ou: da lei (I)
Nós, brasileiros, temos um individualismo natural. Não aquela papagaiada dos americanos, que enchem a boca para citar a primeira emenda e o direito do Ser Humano viver como quer e longe dos tentáculos do Estado. Nosso individualismo é menos triunfal, mais íntimo. Entendemos que a lei exista, afinal, o ser humano faz um monte de besteiras por aí. O ser humano precisa de leis. Mas eu? Veja bem: eu tenho “as manha”.
No sábado, enquanto bebíamos vinho, num jantar, um cara argumentava que a lei era “muito autoritária. Uma coisa de cima pra baixo, muito radical”. Aí me lembrei de uma mulher que, na época da campanha pelo desarmamento, me disse que votaria contra a proibição das armas porque, desde os anos 70, seguia um princípio: “é proibido proibir”. Não era uma velha hiponga, mas alta executiva (CEO, como dizem agora) de uma Multinacional (corporação?). Síntese curiosa entre libertários e liberais. Alguma coisa entre Caetano Veloso e Thomas Friedman.
Essas conversas me deram a impressão que, no Brasil, toda vez que se discute uma nova lei, não é somente o conteúdo da mesma que está em pauta, mas o próprio conceito de lei, Estado, contrato social. “Como assim?!”, dizemos. “Alguém quer me proibir de fazer uma coisa?!”. Mais ainda: “vale para mim e todo mundo?! Estão me igualando à patuléia?! Nananina! Qual é mesmo a emenda lá que os caras sempre citam no final do filme, amor?! Aquela lá que eles falam na hora do tribunal, antes de beijar a loira?! É isso aí! Isso aí que eu acho dessa lei nova!”.

Tolerância zero
Na minha primeira aula da disciplina Ética I, na faculdade de filosofia, o professor Renato Janine Ribeiro informou que seríamos avaliados por um trabalho, cujo limite era 4 mil caracteres. Levantei a mão e perguntei, já quase afirmando: “mas se passar um pouco de 4 mil não tem problema, né?”. Janine começou a rir. Limite é aquilo que não se pode transpor. É o fim da linha, certo?Não no Brasil! No Brasil tudo tem um chorinho. A dose não é a dose, nem no copo, nem no tempo, nem na lei.
A lei anterior, que permitia uma taça de vinho ou dois chopes, não era um retumbante NÃO ao álcool. Ela permitia um pouquinho. Então, preferíamos, em vez de nos apegarmos ao texto da lei (dois chopes ou uma taça de vinho) – não sei se por nossa grande capacidade de abstração ou se por preguiça – nos focar no princípio da lei: “pode beber, mas não muito”. Ou seja, pegávamos o limite de dois chopes, adicionávamos o chorinho que acreditávamos caber a cada um e de nós lá se iam 30 mil vidas, a cada ano.
Agora, não tem mais chorinho nem vela. Bebeu um chope, adeus carro. E tem outra coisa que assusta: a maneira como a bebedeira é aferida: por uma máquina! Não tem tapinha nas costas do bafômetro, nem dá pra chegar pro canudo de plástico e falar, “veja bem, medidor, será que não dá para dar um jeitinho?”.
Que país é esse, minha gente?!

Do bafômetro V ou: da lei (II)
Desde que eu me entendo por gente, a 11.507 é primeira lei que surge ameaçando levar todo mundo pra cadeia. Rico, pobre, peão, deputado, acrobata amador ou poeta neo-concretista: dirigiu e bebeu, o pau comeu. Claro, todas as outras leis também deveriam ser para todos. Mas não são. A 11.507, a julgar pelas fotos dos motoristas assoprando o bafômetro, nos jornais, é ampla, geral e irrestrita.
Uma associação de bares e restaurantes está ameaçando entrar com ação na justiça, para garantir o direito inalienável de seus clientes atropelarem pedestres e chocarem-se contra Kombis escolares na contra-mão. Maravilha. A Kopenhagen e a Johsons, quem sabe, também vão fazer a mesma coisa.
Enquanto isso não acontece, no entanto, sugiro outra alteração na 11.705, para que ela não seja assim tão contrária à nossa natureza, à nossa cultura: cadeia diferenciada, dependendo da bebida que tiver sido ingerida pelo motorista.

Da penalidade
Uísque doze anos - O doutor vai praquela casona bonita da PF, em Higienópolis, que já hospedou Lalau e Rocha Matos. (Vão precisar comprar mais algumas mansões decadentes pra caber todo o pessoal da Vila Olímpia e dos Jardins, mas tudo bem, pra essas coisas nunca falta $$$).

Chope em bar carioca - A galera vai pra cela especial nas delegacias de Perdizes, Pompéia e Pinheiros. (Vão precisar fazer mais celas especiais pra acomodar todo o pessoal da Vila Madalena, mas tudo bem, algumas ONGs vão pressionar e o governo vai acabar cedendo).

Serra Malte, Original e Boêmia de garrafa – Os amantes da tradição são mandados para Ilha Grande, a masmorra mais cool de nossa história, que abrigou até Graciliano Ramos. (O presídio precisa de uma reforma, mas o pessoal da cerveja de garrafa pode trabalhar nisso, com materiais recicláveis e energia solar).

Schincariol de garrafa ou pinga 51 - Mete o vagabundo no xilindró e acabou. (Vão precisar fazer mais xilindrós, porque os que existem hoje já estão superlotados, mas isso pode esperar, ninguém que a gente conhece vai pra lá, mesmo).

Campari, Sangue de Boi e Smirnoff Ice - Campo de concentração no Acre, pra aprender a beber direito. Não tem conversa. (Nem piadinha entre parênteses).

qualquer maneira de amor vale a pena...

um título menos ressentido que o planejado.
das tantas verdades, escolho para nós a mais bonitinha, dentro da tristeza que é nossa realidade (talvez tristeza, talvez mero desperdício de pequenas grandes felicidades).

eu realmente mudei.
penso em quando era mais nova.
hoje não consigo sofrer por amor, embora continue sendo uma pessoa que se apaixona (e reapaixona) facilmente. antes qualquer motivo era motivo para chorar e questionar "esse sentimento tão complexo".
prefiro acreditar que hoje tenho clareza de que tudo que pudesse (e eu quisesse) ser feito/ fazer eu fiz.

é, essa sou eu... cada dia mais "amor fati", cada dia mais difícil de chorar...

sábado, 12 de julho de 2008

bom dia?

vovó apareceu nos sonhos para dizer "saudades".
o abraço foi forte, o sorriso foi grande, e o acordar foi triste.

anh? cuma? pois é...

"pense e te pareça
senão eu te invento por toda a eternidade"
Leminski

o perigo de apostar tudo nas relações é arcar com o alto risco de se decepcionar.
mas apostar tudo nas relações é muito mais interessante.
talvez por isso eu saiba lidar com a dor de se decepcionar depois.

foi bom enquanto durou.
talvez será bom enquando durará, não se sabe.
talvez nunca tenha sido.
e enquanto eu não sei, invento a eternidade...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

...

"Ópios, edens, analgésicos
Não me toquem nessa dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra"
Paulo Leminski

quarta-feira, 9 de julho de 2008

diálogos da madrugada

- fofocas? vamos ver fofocas?
- ah, vamos ver... vamos ver Caras!
- mas a banca já fechou.
- droga. se a gente estivesse na Av. Paulista, teria a banca 24horas.

- vou colocar spice girls
- o joão é a emma!

terça-feira, 8 de julho de 2008

enquanto o mundo não muda, lixo minhas unhas

1,5 litro de lágrimas derramadas
choros com risos chorosos da situação
telefonemas
duas fotos a menos em uma página de orkut
várias fotos dançantes com olho inchado em uma câmera não identificada
medo
sentimento de estar pouco se importando, quando tudo o que você faz é se importar
saudades de um nada
1,5 litro de guaraná ingerido

acabou a água.

dias cheios de vazio, com vazios preenchidos de obrigações e intensas conversas reflexivas sobre mundo/coisas/pessoas fracas.

e no fim do dia, sempre eu. e o Tortora, na esperança de ainda ser lido mais um pouquinho.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

talvez eu mate o que fui * talvez imite o que sou * talvez eu tema o que vem * talvez te ame, ainda sem você

"pra onde eu vou agora livre mais sem você
pra onde ir, o que fazer, como eu vou viver
eu gosto de ficar só
mas gosto mais de você
eu gosto da luz do Sol, mas chove sempre agora sem você.

às vezes acredito em mim, mas às vezes não
às vezes tiro meu destino da minha mão
talvez eu corte o cabelo
talvez eu fique feliz
talvez eu perca a cabeça
talvez esqueça e cresça sem você

talvez precise de colchão, talvez baste o chão
talvez no vigésimo andar, talvez no porão
talvez eu mate o que fui
talvez imite o que sou
talvez eu tema o que vem
talvez te ame, ainda sem você"

arnaldo antunes.


... só pra não encher aqui de posts, essa frase é necessaríssima registrar:
"vê se encontra um tempo pra me encontrar sem contratempo por algum tempo..."

"grandes posses são prejudiciais a quem deseja conservá-la ao invés de ofertá-la"

em tempos de desespero a gente busca conselho até em biscoitinho chinês.

queria que essa prova passasse logo, nem que seja pra vir a minha primeira dp. talvez eu mereça esse castigo. talvez isso finalmente me faça aprender a não fazer todos os extra-curriculares interessantes que existem e esquecer do intra. talvez não.

* vontade de me auto-explodir e poder reiniciar o jogo, que nem video game.
o problema é que na vida real isso dá game over.
quantos pontos eu preciso ganhar pra acumular mais uma vida?

domingo, 6 de julho de 2008

e no meu coração, guardo somente fibras de Purkinge.

acabo de aprender com o Tortora as leis do coração.
talvez eu esteja indo contra o sistema...


...cardiovascular.






*ok. preciso parar de postar aqui. está ficando tão viciante que logo mais ja nem fecharei mais a janela do blogspot. isso que eu estou me esforçando pra não postar.
tem uma fila de músicas e pensamentos esperando seu espaço no outramento.

falling in love as the world falls down

There's such a sad love deep in your eyes.
A kind of pale jewel open and closed within your eyes.
I'll place the sky within your eyes.
There's such a fooled heart beatin' so fast in search of new dreams.
A love that will last within your heart.
I'll place the moon within your heart.
As the pain sweeps through, makes no sense for you.
Every thrill is gone.
Wasn't too much fun at all, but I'll be there for you-ou-ou as the world falls down.
Falling.
Falling in love.
I'll paint you mornings of gold.
I'll spin you Valentine evenings.
Though we're strangers 'til now, we're choosing the path between the stars.
I'll leave my love between the stars.
As the pain sweeps through, makes no sense for you.
Every thrill is gone.
Wasn't too much fun at all, but I'll be there for you-ou-ou as the world falls down.
Falling as the world falls down.
Falling as the world falls down.
Falling.
Falling.
Falling.
Falling in love as the world falls down.
Falling.
Falling.
Falling.
Falling.
Falling in love as the world falls down.
Makes no sense at all.
Makes no sense to fall.
Falling as the world falls down.
Falling.
Falling in love as the world falls down.
Falling.
Falling
Falling in love as the world falls down.

[as the world falls down - bowie]

...e viva a vida nota 7!

É estranhamente verdade que não se consegue aproveitar uma graduação integralmente querendo tirar 10. Pra realmente aproveitar o que você acha necessário aproveitar, deve-se contentar com o 7.

E o 7, o 5, o 10 ou o 2 deixam de ser diferentes quando você passa a desacreditar na educação atual e na forma que este é avaliado. Isso é interessante para algumas coisas, mas perigoso pra outras.

Vou ficar fazendo análises eternas para adiar o meu estudo nessa fé que eu sou obrigada a aprender, mas que só se consegue aprender se antes você acreditar nela. Até então, não faz sentido.

Nada faz sentido então fico sentindo nada.
Simplesmente escrevendo. cantando. lendo. pensando. bebendo.

"Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além"

Frase de Paulo Leminski.

Quero ser presidente. Quero vender pulseiras na praia e viver pelo Brasil. Quero mudar o mundo. Quero mudar daqui. Quero ser famoso. Quero ser ninguém. Quero ser rico, muito rico, e dominar o mundo. Quero ser rico para ler e viajar a vida inteira. Quero ser rico e fazer uma ONG. Quero fazer uma ONG mas não terei dinheiro pra dar, já que não tenho dinheiro nem pra mim. Quero ser alto. Quero ser jovem. Quero morrer. Quero fazer história e ser eterno. Quero ser eterno e não fazer porra nenhuma. Quero passar de ano. Quero ser magro e forte. Quero casar e ter filhos. Quero revolucionar a ciência. Quero ser jogador de futebol. Quero que os outros sejam de outro jeito (de preferência, igual a mim, óbvio). Quero botar silicone. Quero. Quero. Quero.

A gente chega aos 20 anos querendo ser um monte de coisa (desejos acumulados de uma infância compulsória), e nessa transição 20-30 a gente se vê sendo, pela primeira vez, e aí começa a ser desesperador, porque nem sempre a gente se encontra sendo o que a gente queria ser quando a gente ainda "seria" mas não era nada além de uma promessa de "ser" um dia. Porque a gente passa anos e anos tendo que "querer ser" apenas, para depois passar mais anos e anos apenas "sendo", pois o tempo de "querer ser" já passou, e se você quiser "ser" outra coisa agora, já é tarde demais. Fica pra outra vida, filho.

*Época de prova de MTS -> Temporada de overdose de blog e louças lavadas.

nem toda feiticeira é corcunda, nem toda brasileira é bunda...

hoje acabei com uma vida com a sola do meu sapato vermelho.
foi na maior frieza, e sem hesitar. pisei em cima da vida e fiz ela ficar esmagada, e então pertencer ao chão.

talvez foi uma vingança. vingança pelas pisoteadas diárias que a gente leva dessa força que quer esmagar a nossa coragem, a nossa criatividade, os nossos desejos.

... sou mais macho que muito homem!

sábado, 5 de julho de 2008

vinhetas no ônibus...

"Nunca dei tapa em ninguém, mas já enterrei mais de cem.



(pausa de tensão)




Eu era coveiro no Ceará..."

sexta-feira, 4 de julho de 2008

baby, i'm the greatest thing you've got

"(...)Para suportar a minha seriedade e a minha paixão é preciso ser íntegro nas coisas de espírito até às últimas consequências; estar acostumado a viver nas montanhas, a ver abaixo de si o mesquinho charlatanismo atual da política e do egoísmo dos povos; e, finalmente, ter-se tornado indiferente e jamais perguntar se a verdade é útil, se chegará a ser uma fatalidade... Necessária é também uma inclinação para enfrentar questões que hoje ninguém se atreve a elucidar; inclinação para o proibido; predestinação para o labirinto. É preciso que tenham uma experiência de sete solidões.
Ouvidos novos para uma música nova. Olhos novos para o mais distante. Uma consciência nova para verdades que até hoje permaneceram mudas. E uma vontade de economia de grande estilo: reunir a sua própria força, o seu próprio entusiasmo... O respeito por si mesmo, o amor-próprio, a liberdade absoluta para consigo...
Muito bem, só esses são os meus leitores, os meus verdadeiros leitores, os meus leitores predestinados: que importa o resto? O resto é somente a humanidade. É necessário ser superior à humanidade em força, em grandeza de alma - e em desprezo..."

Prólogo de O Anticristo, Nietzsche.

terça-feira, 1 de julho de 2008

meu vício agora é a madrugada

vazio.
tristeza.
solidão.
conhecimento.
cólica.
sono.
carinho.
tédio.
agonia.
angústia.
nietzsche.
risos.
saudade.
absolut.
felicidade.
calmaria.
insônia.
esgotamento.
reconhecimento.
acolhimento.
choros.
cerveja.
não-pertencimento.
mímica.

T U D O E N A D A
N A D A OU T U DO

TUDO?
NADA?

SIM, NÃO... TALVEZ. NUNCA MAIS SEMPRE.
 
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