domingo, 30 de novembro de 2008

(re)encontros da madrugada.

E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem
Só apareço, por assim dizer
Quando convém aparecer
Ou quando quero
Quando quero

Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz

Mas tudo bem, tudo bem, tudo bem...
Lá vem, lá vem, lá vem
De novo:
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei
- giz, renato russo

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

sorriso que virou abraço que virou desejo...

parei de escrever aqui.
meus últimos posts viraram cartas particulares.

o amor passa por vc e vai pro mundo, mas na hora de definir o sentimento, o amor é tão particular...

fica aqui mais uma declaração que a vida anda uma loucura, como sempre.
duas ocupações em menos de um semestre. representante de 3 entidades.
e entre essas coisas, a loucura de um curso pra doidos, um devir-iniciação científica e a monitoria de um espaço indefinível.

e ser filha. e ser amiga. e procurar teto! e por aí vai... e por aí vem, e vem, e vem...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

All I want in life’s a little bit of love to take the pain away...

- vitória no congresso do CES
- provas, provas e provas.
- malas prontas, a 1h de ir para o Rio de Janeiro.
- um ano sem vovó
- geladeira de fim de ano: água, cerveja e meia manteiga.
- noites e noites sem dormir.
- trabalhos, trabalhos e trabalhos.
- uma promessa de um sorvete não cumprida.
- ansiedade para o Congresso
- reuniões, reuniões e reuniões.

olhos brilhando. lágrimas misturam com sorrisos.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

martha medeiros...

Eu triste sou calada
Eu brava sou estúpida
Eu lúcida sou chata
Eu gata sou esperta
Eu cega sou vidente
Eu carente sou insana
Eu malandra sou fresca
Eu seca sou vazia
Eu fria sou distante
Eu quente sou oleosa
Eu prosa sou tantas
Eu santa sou gelada
Eu salgada sou crua
Eu pura sou tentada
Eu sentada sou alta
Eu jovem sou donzela
Eu bela sou fútil
Eu útil sou boa
Eu à toa sou tua.

a desfazer-se, vera mantero (um trecho só)

o ser humano precisa ler o mundo, precisa ir fazendo leituras do mundo, provavelmente não para entender, para explicar qualquer coisa, para arrumar de vez um assunto, mas simplesmente para situar num ponto, para ter um ponto onde se possa estar, dos milhares de pontos possíveis onde se pode estar. a arte é pensar, é fazer uma leitura do mundo. (...)

o ser humano precisa não estar sempre no cotidiano, precisa sair do cotidiano e entrar em outros níveis, noutra sensação de mundo. precisa fazer coisas não produtivas, sair da lógica de produção, ter objetivos diferentes desses, precisa voltar a saber que não há só um caminho entorpecedor e mecânico, que a vida é mais sutil que isso, mais rica de redes e nós de sentidos e sensações, de linhas que se cruzam e que baralham e iluminam. é preciso reconhecer essas coisas, assiná-las, sublinhá-las, não só através do discurso mas também com o corpo, em ações, associando virando de vez em quando as coisas ao contrário, desorganizando e reorganizando. é preciso olear o espírito, olear o ser. é preciso também pensar com o corpo, deixar o corpo falar, pobre corpo. é preciso sair de dentro do porta-moedas e entrar na associação, no delírio, na sujidade (é muito importante não termos medo da sujidade), na acoplagem, acoplagem de elementos ao nosso corpo, acoplagem de sentidos ao nosso corpo, ou acoplagem de objetos e sentidos entre si, é preciso entrar na transformação, é preciso não esquecer que há uma coisa que se chama êxtase, é preciso entrar no êxtase, na contemplação, na calma, nos sentidos do corpo, no corpo, na poesia, em visões, no espanto, no assombro, no gozo, no inconsciente, na perda, no esvaizamento, no chão, é preciso entrarmos na imaginação, nas histórias, no pensamento, nas palavras, no humor, no pensamento, nas palavras, no humor, no pensamento, na reação com os outros.

nós precisamos muito disto, precisamos muito disto e estamos a ter um pouco disto e é por isso que, como disse no início, o espírito está em erosão, a cultura está em erosão e nós às vezes estamos muito tristes ou temos a sensação de que a vida desapareceu de cá de dentro.

sábado, 8 de novembro de 2008

quando você pinta tinta nessa tela cinza...

ela se jogou num salto com um ele (que antes era O ele) que se encerrou. encerrou numa aterrisagem bonita, daquelas que os jurados de uma ginástica olímpica dariam nota máxima.
pousaram, e cada um foi curtir o seu sucesso para um lado.

ela se encontrou várias vezes com a beira de um abismo, que poderia saltar novamente, mas logo viu que caíria e tombaria feio. preservou-se. e foi encontrando com várias pessoas e descobriu que nem todo mundo é companheiro de saltos. que com alguns a gente caminha. que com alguns a gente rasteja. e com alguns a gente simplesmente esbarra, enrola um pouquinho, e depois vai embora. de vez em quando reencontra, e pode até ser bom, de vez em quando nada disso. com muitos a gente tropeça.

talvez chegou a pensar que salto como aquele que fez outrora, jamais faria novamente (e talvez nunca fará, realmente). andava por aí, e uns diziam que seu pé estava fincado demais no chão, outros falando que ela flutuava demais, a ponto de ninguém conseguir acessar.

enfim, surge um encontro. um encontro que não foi com uma pessoa, mas com um tempero. se antes ela experimentava a vida e sentia um gostinho amargo, ultimamente ela pode morder com gosto. não deixou de chorar, não deixou de sofrer, não largou nada. abriu. expandiu. colocou um óculos especial que acabou com a sua visão embaçada, e pode agora ver com clareza que tem coisas que se salvam no mundo, que ainda há um pouco de beleza, em algumas coisas. e pras coisas ruins, se dá um jeito, do jeito que se pode dar.

pra quem a encontra, vê hoje um olhar mais sorridente, um pouco menos choroso. mas ela não quer admitir o que foi responsável por pregar as pontas de sua boca próximas a orelha, deixando um sorriso bobo e fixo permanente. na cabeça dela, essas coisas são meio bobagem, coisa de quem ainda não entendeu que a vida é mais dura, mais triste, mais cinza.

e o que fazer quando a vida insiste em proporcionar encontro com pessoas cheias de tinta?

Certas palavras, Drummond

Certas palavras não podem ser ditas
em qualquer lugar e hora qualquer.
Estritamente reservadas
para companheiros de confiança,
devem ser sacralmente pronunciadas
em tom muito especial
lá onde a polícia dos adultos
não adivinha nem alcança.

Entretanto são palavras simples:
definem
partes do corpo, movimentos, atos
do viver que só os grandes se permitem
e a nós é defendido por sentençados séculos.

E tudo é proibido. Então, falamos.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

quatro cervejas, muita risada e bom colo...

...e tudo já está feliz novamente.




virei mulherzinha.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

uma tristeza, uma cerveja e nada mais...

e vai fazer um ano...
e faria cinco anos.
e vai fazer cinco meses...
e ainda faltam muitas semanas.
e o que falta, sem dúvida, é tempo pra sentir saudades.

tempo, tempo, tempo.
essas coisas não fazem sentido. sem tempo pra sentir o tempo que passou, ou que não passou, ou que ainda passará, o corpo sente por mim. e aí o corpo fica cansado, e o corpo chora.
lágrimas caem involuntariamente do rosto, na esperança de que eu perceba que tem algo de errado.
mas eu ignoro. abro uma cerveja. um brinde, hoje é terça feira.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

"quero uma noite tranquila, e um amanhecer comum..."

feliz.
simples assim.

a vida agora vem com humor, com leveza... e eu só estou me jogando e aproveitando o simples momento de estar simplesmente feliz.

e quando vc tá feliz, as coisas ruins são contornadas, e as boas tem proporções enormes.
ir bem numa prova inútil.
fazer uma crítica na última questão, ao invés de responder no sentido acadêmico.
um feriado inesperado, e a possibilidade de fazer o que queria fazer.

é, a sensação de tudo estar dando certo. ilusão? talvez.
mas ver o mundo em tons de cinza também é ilusão. de vez em quando, surge um lápis de cor.

*sei que esse meu comportamento vai desestabilizar meus relacionamentos, já que muitos amigos não suportam me ver feliz. não é questão de inveja, de ciúmes... eu realmente fico irritante. talvez seja por isso que eu seja tão ranzinza normalmente. ou não. talvez é apenas uma desculpa.

sábado, 1 de novembro de 2008

deixe que o beijo dure, deixe que o tempo cure.

uma semana melhor, apesar daquelas coisinhas que sempre vem pra atrapalhar.
a vida é assim mesmo.

tem dias que a gente quer mudar de planeta, e tem dias que a gente descobre um outro planeta dentro do mesmo planeta que se quer sair.
não tem nada melhor que encontrar novas pessoas que não se encaixam nesse mundo.

depois de assistir Teza, a minha conclusão foi mudar pra uma caverna junto com os "desajustados", esperar os "ajustados" se auto-destruírem e então desconstruir tudo, e fazer um estrago diferente.

é, o sono me deixa idiota. a paixão também.
 
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