domingo, 28 de outubro de 2007

ah, o amor!

O segredo da vida de um casal
Contardo Calligaris
Receita do amor que dura: amar o outro não apesar de sua diferença, mas por ele ser diferente

EM GERAL, na literatura, no cinema e nas nossa fantasias, as histórias de amor acabam quando os amantes se juntam (é o modelo Cinderela) ou, então, quando a união esbarra num obstáculo intransponível (é o modelo Romeu e Julieta).

No modelo Cinderela, o narrador nos deixa sonhando com um "viveram felizes para sempre", que seria a "óbvia" conseqüência da paixão. No modelo Romeu e Julieta, a felicidade que os amantes teriam conhecido, se tivessem podido se juntar, é uma hipótese indiscutível. O destino adverso que separou os amantes (ou os juntou na morte) perderia seu valor trágico se perguntássemos: será que Romeu e Julieta continuariam se amando com afinco se, um dia, conseguissem deitar-se juntos sem que Romeu tivesse que escalar a casa de Julieta até o famoso balcão? Ou se, em vez de enfrentar a oposição letal de suas ascendências, eles passassem os domingos em espantosos churrascos de família?

Talvez as histórias de amor que acabam mal nos fascinem porque, nelas, a dificuldade do amor se apresenta disfarçada. A luta trágica contra o mundo que se opõe à felicidade dos amantes pode ser uma metáfora gloriosa da dificuldade, tragicômica e inglória, da vida conjugal.

O casal que dura no tempo, em regra, não é tema para uma história de amor, mas para farsa ou vaudeville -às vezes, para conto de terror, à la "Dormindo com o Inimigo". Durante décadas, Calvin Trillin escreveu uma narrativa de sua vida de casal, na revista "New Yorker" e em alguns livros (por exemplo, "Travels with Alice", viajando com Alice, de 1989, e "Alice, Let's Eat", Alice, vamos para a mesa, de 1978).

Nesses escritos, que são só uma parte de sua produção, Trillin compunha com sua mulher, Alice, uma dobradinha humorística, em que Calvin era o avoado, o feio e o desajeitado, e Alice encarnava, ao mesmo tempo, a beleza, a graça e a sabedoria concreta de vida. À primeira vista, isso confirma a regra: a vida de casal é um tema cômico. Mas as crônicas de Trillin eram delicadas e tocantes: engraçadas, mas nunca grotescas.Trillin não zombava da dificuldade da vida de casal: ele nos divertia celebrando a alegria do casamento. Qual era seu segredo? Pois bem, Alice, com quem Trillin se casou em 1965, morreu em 2001. Trillin escreveu "Sobre Alice", que acaba de ser publicado pela Globo. Esse pequeno e tocante texto de despedida desvenda o segredo de um amor e de uma convivência felizes, que duraram 35 anos.

O segredo é o seguinte: Calvin e Alice, as personagens das crônicas, não eram artifícios literários, eram os próprios. A oposição entre os dois foi, efetivamente, o jeito especial que eles inventaram para conviver e prolongar o amor na convivência.

Considere esta citação de um texto anterior, que aparece no começo de "Sobre Alice": "Minha mulher, Alice, tem a estranha propensão de limitar nossa família a três refeições por dia". A graça está no fato de que a "propensão" de Alice não é extravagante, mas é contemplada por Calvin como se fosse um hábito exótico. Alice é situada e mantida numa alteridade rigorosa, em que é impossível distinguir qualidades e defeitos: Calvin a ama e admira como a gente contempla, fascinado, uma espécie desconhecida num documentário do Discovery Channel.

Se amo e admiro o outro por ele ser diferente de mim (e não apesar de ele ser diferente de mim), não posso considerar que minha maneira de ser seja a única certa. Se Calvin acha extraordinário que Alice acredite na virtude de três refeições diárias, ele pode continuar petiscando o dia todo, mas seu hábito lhe parecerá, no fundo, tão estranho quanto o de Alice.Com isso, Calvin e Alice transformaram sua vida de casal numa aventura fascinante: a aventura de sempre descobrir o outro, cuja diferença inesperada nos dá, de brinde, a certeza de que nossa obstinada maneira de ser, nossos jeitos e nossa neurose não precisam ser uma norma universal, nem mesmo a norma do casal. Há quem diga que o parceiro ideal é aquele que nos faz rir. Trillin completou a fórmula: Alice era quem conseguia fazê-lo rir dele mesmo. Com isso, ele descobriu a receita do amor que dura.

ótimo.

O Brasil na faixa
Antonio Prata

Como muitos brasileiros, eu também andava por aí, cabisbaixo e macambúzio, a chutar tampinhas de garrafa e maldizer a vida, o governo, o mal-tempo e o técnico da seleção. Foi quando conheci o PSTM: Partido do Socialismo Tranqüilo e Moreno. Não se trata de mais uma nova sigla, fadada às velhas maracutaias: o PSTM tem um projeto civilizatório. Ou descivilizatório, como verá o amigo.
Quem me trouxe a luz da sabedoria foi um dos fundadores da agremiação, o ilustre professor Eduardo Correia. Mais tarde, um de seus discípulos, o Dr. Marcelo Behar, me pôs à par de todos os detalhes. (Eduardo fuma cachimbo, Dr. Behar trabalha de terno, de forma que não se pode duvidar da seriedade dos dois patrícios). O projeto do PSTM é de uma simplicidade tão grande (ou de uma grandeza tão simples), que cheguei a gargalhar de felicidade ao conhecê-lo. Veja só: pega-se a extensão da faixa litorânea brasileira e divide-se pelo número de habitantes. O resultado é esplendoroso: 50 m de areia branca para cada cidadão. Chega de tentarmos ocupar o cerrado, povoar a caatinga, adentrar aquelas imensidões ermas. Já temos o sertão mítico de Euclides da Cunha e Guimarães Rosa para nosso desfrute. Para que queremos o real?
Com o PSTM o Brasil não vai pra frente, mas pro lado. Cada cidadão terá direito à sua faixa de areia e mais uns 200 metros de terra para dentro do país, apenas o suficiente para plantar uns coqueiros que dão coco, umas palmeiras onde cante o sabiá e o que mais lhe aprouver. A Amazônia e o Pantanal nós vendemos para a Europa, que já destruiu tudo o que tinha por lá e, cheia de culpa e de olho gordo nas patentes biológicas, irá cuidar das florestas. (Se não cuidar, também, já não será mais problema nosso). Os pampas a gente dá pra Argentina, em troca de carne, doce de leite, psicanalistas e centroavantes. O resto, vendemos para os EUA, que farão parques temáticos, resorts, campos de golfe e testes com armas nucleares.
Com o dinheiro da venda construiremos um SESC à cada tantos quilômetros, uns barzinhos que ofereçam peixe frito e cerveja gelada, uma linha de trem norte-sul para visitarmos amigos e parentes e sustentaremos uma ou duas gerações de vagabundos. Deitados eternamente em berço esplêndido (as cangas), poderemos enfim nos dedicar ao ócio, ao samba, ao futebol, à culinária e às grandes questões existenciais. Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor. Chegou a hora de assumirmos nossa vocação de Chile Atlântico. Chegou a hora de sermos felizes para sempre.



Genial. Onde assino?

morreu na contramão atrapalhando o tráfego...

Sexta. Festa. Alguns (ou muitos) copos de alcóol.

- Amor, vamos?

E eles vão. E ele morre. Ela fica.
Mas sem problemas, sua pessoa será lembrada, já que saiu anunciado na parte de trânsito do jornal.

domingo, 21 de outubro de 2007

e você há de entender... a gente tem que ter alguém pra viver.

Você pediu e eu já vou daqui
Nem espero pra dizer adeus
Escondendo sempre os olhos meus
Chorando eu vou, tentei lhe falar, você nem ligou.

Eu nunca consegui me explicar
Por que você não quis me ouvir falar
E deixo todo meu amor aqui
Jamais eu direi, que me arrependi
Pelo amor que eu deixar

Mas da saudade eu tenho medo
Você não sabe eu vou contar todo segredo
Esses caminhos eu conheço
Andar sozinho eu não mereço
E você há de entender, a gente tem que ter alguém pra viver.

Se você quer eu vou embora
Mas também sei que não demora
Você é criança e vai chorar
Só então vai conpreender que muito amor eu dei
E eu quero ver, você lamentando meu nome chamar.

E quando um dia isso acontecer
De você querer voltar pra mim
O meu perdão eu vou saber lhe dar
E jamais eu direi, que um dia você conseguiu me magoar.

Eu nunca consegui me explicar....

o oitavo pecado capital.

é a dor.

depois do sexo e das informações contidas em produtos alimentícios (tipo o drama da gordura trans), a dor é o mais novo tabu.

poucos comentam, menos ainda são as pessoas que a analisam. querem abafar, fazê-la sumir, tornar mito, história...

talvez por isso que doer doa tanto. Já não basta o sofrimento, ainda temos que lidar com a culpa de sentir.

eu sou parte de você, você não é parte de mim.

Tudo que sei é que você quis partir
Eu quis partir você, tirar você de mim
Demorei para esquecer, demorei para encontrar
Um lugar onde você não me machucasse mais

Medo de perda. Quem quer ficar sozinho?

Com você por perto eu gostava mais de mim...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Depressão e terapia

27/09/2007, CONTARDO CALLIGARIS

Quem está no desespero, antes de qualquer consolação, pede que sua dor seja reconhecida

UM DIA, ao acordar, um conhecido meu encontrou sua mulher morta, ao seu lado, na cama. À dor de perder sua amada juntou-se o choque de descobri-la já fria e a culpa atormentada por ter dormido na hora em que ela morria.No velório, muitos amigos e parentes tinham as mesmas palavras de consolação: "Ao menos, ela não sofreu", "É o melhor jeito de morrer...". Outro conhecido, anos atrás, na Flórida, perdeu sua casa e tudo o que ela continha, num tornado. Alguns dias depois, seus pais foram visitá-lo e confortá-lo; enquanto ele contemplava, com eles, os escombros de sua existência, a mãe disse: "Pelo menos você está são e salvo". E o pai: "Ainda bem que você tem seguro". São exemplos de "reavaliações" -é assim que a psicologia chama as tentativas, diante de uma catástrofe, de encontrar razões para suavizar o sofrimento do sujeito. Suspeito que, freqüentemente, as reavaliações facilitem sobretudo a vida de quem as sugere, ou seja, dos amigos e parentes que não estão muito a fim de se debruçar sobre o desespero de quem perdeu seu amor ou suas coisas. Eles se saem da embaraçosa situação de oferecer pêsames graças a um achado otimista: "Pense bem, no horror, você teve sorte". De fato, essas intervenções são quase intoleráveis para os sujeitos que elas deveriam beneficiar. Para quem sofre, só fica uma impressão de escárnio: os outros sequer reconhecem o tamanho de sua perda, de seu dano e de seu luto. Há especialistas em perdas, danos e luto; são os psicólogos treinados para oferecer assistência imediata às vítimas e aos próximos das vítimas de calamidades (acidentes aéreos, desmoronamentos de túneis do metrô, inundações etc). No Brasil, conheço o Quatro Estações (www.4estacoes.com.br), um instituto que treina e disponibiliza uma rede de psicólogos capazes de prestar assistência urgente em todo o território nacional, ou quase. Nos EUA, a própria Cruz Vermelha oferece um treinamento específico que qualifica os psicólogos e psicoterapeutas que ela mobiliza em caso de catástrofe. Pois bem, os especialistas em luto são, em princípio, unânimes: quem está no desespero, antes de qualquer consolação, pede que sua perda e sua dor sejam RECONHECIDAS e só depois, eventualmente, suavizadas. Essa unanimidade encontrou recentemente uma espécie de confirmação experimental indireta. O "Journal of Neuroscience" publicou, em 15 de agosto 2007, uma interessante pesquisa de Tom Johnstone e outros. Foram constituídos dois grupos, um de 21 sujeitos diagnosticados como depressivos graves e um grupo de controle de 18 sujeitos (obviamente, não depressivos). A atividade cerebral de todos os sujeitos foi monitorada por ressonância magnética funcional enquanto lhes era mostrada uma série de imagens, boa parte das quais foram concebidas para produzir preocupação, medo, desespero e tristeza. Os sujeitos eram também convidados a reavaliar essas imagens deprimentes, ou seja, a reinterpretá-las de maneira a suavizar ou mudar seu impacto negativo. Deixo de lado a complexa descrição da atividade cerebral constatada nos dois grupos durante a experiência. O que importa aqui é a constatação final: os sujeitos deprimidos, aparentemente, tiveram a maior dificuldade em reavaliar as imagens negativas. Pior, a tarefa de reavaliação que lhes era pedida parecia deprimi-los ainda mais. É possível imaginar que esta seja uma propriedade dos quadros depressivos: uma incapacidade de reavaliar positivamente o que acontece de negativo. Mas é também possível que a depressão seja aqui apenas um fator, que torna mais aguda a propensão ao desespero e impede de discriminar entre imagens e eventos aflitivos. Seja como for, a experiência confirma o que já sabíamos: quando alguém sofre, a primeira tarefa dos próximos (e dos profissionais) não é a de consolá-lo sugerindo reavaliações, mas a de ajudá-lo a encarar seu sofrimento assim como ele é. Mais uma nota: essa constatação é também relevante na hora de administrar a necessária medicação antidepressiva. Talvez os raros efeitos paradoxais dos antidepressivos (o paciente que "estava muito bem" e, de repente, tenta o suicídio) tenham a ver não com o fracasso, mas com o sucesso da medicação, que produziu uma melhora substancial antes que o sujeito tivesse o tempo de dizer sua dor.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

"Spiderman is having me for dinner tonight!"

- O que deu nos exames, doutor? É câncer, pneumonia, alguma doença ainda não descoberta?
- Não, minha senhora. O problema é que você está com uma perda do imaginário crônica. Você perdeu a capacidade de sonhar, de fantasiar não só o seu futuro, mas seu passado também.
- E como faço pra melhorar, doutor? Pode me receitar um remedinho?
- Para isso, sinto muito, não há cura ao certo. Apesar de alguns superarem os momentos de crise, a melhor cura pra isso talvez ainda seja a morte. Basicamente, você está apenas sobrevivendo, e vai sempre achar algum motivo para não estar se sentindo bem, mas é apenas você querendo achar alguma desculpa para não aceitar que sua vida já chegou ao fim.


Eu quero ir contra toda essa coisa de viver o maior tempo possível. Quero viver até o momento que eu ainda estiver com o meu imaginário saudável, ainda puder pensar, planejar, sonhar... e se eu não morrer, me mato. O que eu não quero é sofrer de perda do imaginário crônica...

"Then she looks up at the building
And says she's thinking of jumping.
She says she's tired of life;
She must be tired of something."

Foda...

"Volta pra casa... me traz na bagagem: tua viagem sou eu.
Novas paisagens, destino, passagem: tua tatuagem sou eu.
Casa vazia, luzes acesas (só pra dar a impressão)
Cores e vozes, conversas animadas (é só a televisão)
Já perdemos muito tempo brincando de perfeição
Esquecemos o que somos: simples de coração

Volta voando (vinda do alto),derrete o chumbo do céu
Antes que eu saia pela tangente no giro do carrossel
Falta uma volta (ponteiros parados): tudo dança em torno de ti
Volta pra casa... fim da viagem: bem vinda à vida real
Já perdemos muito tempo brincando de perfeição
Agora é bola pra frente, agora é bola no chão
Já brincamos muito tempo (até perder a direção)
Na santa paz de Deus
No mais perfeito caos."

Quase grifei tudo. Tive que me controlar pra não o fazer. Foda, foda, foda.

"O nosso amor a gente inventa, pra se distrair..."

Quando me perguntam se eu amo, hesito.
Alguns pensam que é por eu ter dúvida, e talvez eu tenha mesmo. Mas talvez porque até hoje eu não entendo o que é esse tal amor. Talvez eu só possa responder depois de saber qual a concepção de amor pra pessoa que me pergunta.
Comecei a pensar que talvez não exista um amor que não seja um pouco doentio.
"Não consigo viver sem você" é o auge da dependência.
"Posso contar com ele pra tudo" é um amor muleta.
"Ele me faz feliz" é aquele amor prozac.
"Ele me faz sentir segurança" é aquele amor carente de pai.

Sei lá. Talvez eu esteja exagerando. É fato que qualquer relação a dois demonstre alguma fraqueza natural nossa, pois demonstra que um só na vida não tá bastando.
Só sei que por mais que eu tente demonstrar o máximo da razão nessa coisa que de razão não tem nenhuma, no fundo, no fundo, eu sou só mais uma menininha querendo encontrar o manual de instruções dessa joça.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

engenheiros do hawaii

Vamos passear depois do tiroteio/ Vamos dançar num cemitério de automóveis/ Colher as flores que nascerem no asfalto/ Vamos todo mundo.../ Tudo que se possa imaginar/ Vamos duvidar de tudo o que é certo/ Vamos namorar à luz do pólo petroquímico/ Voltar pra casa num navio fantasma/ Vamos todo mundo.../ ninguém pode faltar..

domingo, 7 de outubro de 2007

but something touched me deep inside the day that music die.

a long, long time ago...
i can still remember, how that music used to make me smile.
and i knew if i had my chance, that i could make those people dance
and maybe they'd be happy for a while...

Música. Sempre me pergunto porque as mais antigas são melhores. Não dá pra negar que de vez em quando sai umas coisas "novas" boas. Talvez o que era pra ser criado já foi criado. Talvez as pessoas queiram banalizar a música, quando ela deveria ser feita quando há algo pra ser dito, tocado, musicado. Mas de fato, às vezes saem coisas boas...

Só sei que eu e a música temos uma relação íntima. Escolho o tipo de relacionamento com namorado e amigos pelo gosto musical deles. É impressionante como pessoas com bom gosto musical (no caso, o mesmo que o meu), são pessoas interessantes. Salve as excessões. Tenho um grande amigo pagodeiro.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

"Então é outra festa, é outra sexta-feira
Que se dane o futuro você tem a vida inteira
Você é tão esperto você está tão certo
Mas você nunca dançou com ódio de verdade
Você é tão esperto, você está tão certo
Que você nunca vai errar
Mas a vida deixa marcas,
Tenha cuidado se um dia você dançar"

Certas pessoas me decepcionam. Não gosto de olhares que medem, que tentam nos fazer pequenos. Mulher tem muito disso. Principalmente para outras mulheres. Eu pelo menos já encontrei muitos desses olhares de muitas mulheres pra mim.
Nessas horas sinto que não sou desse mundo. Sinto vontade de não fazer parte desse mundo.

Não sei até que ponto eu me excluo, até que ponto me excluem. Sinto que esse olhar é uma maneira de me punirem por não querer fazer parte de certos clubes. Eu não sou vaidosa. Eu não gosto de ser simpática o tempo inteiro.

Aliás, as pessoas que mais gosto são as que eu mais respondo de maneira atravessada. É a minha maneira de ser carinhosa. E ser honesta. Porque eu ofereço a minha honestidade de amizade. E a honestidade nem sempre é macia.

Só sei do que não quero fazer parte. Não assim, em tópicos. Mas sei dizer não ao que não me agrada. É preciso ser forte pra isso. E aguentar a solidão em muitos momentos...

Nas vezes que não digo não, me rendo a algum programa ou grupo de pessoas que não me agradam em troca de companhia, acabo me arrependendo. Sinto-me suja, deslocada, desajeitada e nervosa.

O jeito é achar pessoas parecidas comigo. Mas é engraçado. Pessoas parecidas comigo não andam em grupos. Elas andam escondidas, camufladas, talvez tentando dizer não a essa maneira de dançar a vida, lutando pra inventar uma nova coreografia...

Estou me rendendo ao divã do blog, hoje. Isso é o que dá cabular a terapia.

é fato.

"this is how it works
you're young until your not
you love until you don't
you try until you can't
you laugh until you cry
you cry until you laugh
and everyone must breath
until their dying breath.

so this is how it works
you peer inside yourself
you take the things you like
and try to love the things you do
and then you take that love you make
and sitck it into some, someone elses heart
open someone elses blood
and walk arm and arm
you hope they don't get hurt
but even if they do you do it all again..."
Regina Spektor, On The Radio.

momento cuti-cuti

você é tão bonito que eu tenho vontade de te apertar...









... até todas as suas tripas saírem!

Nada como um bom tédio para nos possibilitar grandes reflexões...

aw, mom!

I want to kill this man but he turned around and ran.
I'll kill him with karate that I learned in Japan.
He wouldn't see my face.
I wouldn't leave a trace.
I wouldn't use a bullet cause a bullet's a disgrace.

Aw, mom, I never thought that I was a murdering man
but tonight I'm on my way.

There's this drawer that I know in a house up the road
that's full of things that are easily sold.
When they go out of town I could go and snoop around
and make myself rich off the things that I found.

Aw, mom, I never thought that I was a stealing man
but tonight I'm on my way.

I was sitting on the bleacher staring at the speaker,
reading his lips but I could not understand.
So I opened up my ears and clearly I could hear
this detailed story all about a grain of sand.

Aw, mom, I always dreamt of being a good listener
so tonight I'm on my way.

There's this kid you gotta meet.
He lives across the street. He's got spirit and heart.
We're ten years apart. He is up for anything.
He can hang with anyone.
He still likes the things we used to think were fun.

Aw, mom, I never thought that I could have a friend
but tonight I'm on my way.

I'm in love with someone who's as pretty as a flower.
Her life gives me power so I'm buyin' her a ring.
She makes hats with her hands.
She is such an artist
I¹m her biggest fan and I'm teaching her to sing.

Aw, mom, I never thought that I could love no one
but tonight I'm on my way.

Tonight... I'm on my way.

[Ben Kweller - On my way]

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

necessidade de um ponto de partida.

toda vez que vou escrever tendo buscar alguma frase que traduza um pouco do que eu to sentindo, pra então poder escrever sobre o assunto. mas o que fazer quando eu não conheço nenhuma música, nenhum poema ou nenhuma crônica?

ando meio limitada. achava esse ser um espaço só meu, quando me dei conta que é público. então me senti acanhada pra escrever tudo que gostaria. sinto que estou constantemente me auto-censurando.

enfim... .

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

E é de noite que tudo faz sentido, no silêncio eu não ouço meus gritos

" acho que você não percebeu
que o meu sorriso era sincero,
sou tão cínico às vezes.
o tempo todo estou tentando me defender...
dizem o que disserem,
o mal do século é a solidão:
cada um de nós imersos em nossa própria arrogância
esperando por um pouco de afeição.
hoje não estava nada bem,
mas a tempestade me distrai.
gosto dos pingos de chuva, dos relâmpagos e dos trovões..."
Oh vida, oh céus!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

sem título

Tô assim. Sei lá. Travada. Não sei.
Parece que quando tenho muito o que dizer ocorre um congestionamento de palavras na garganta, me deixando engasgada e então não conseguem sair. E eu fico assim... querendo dizer algo, e nada saindo...

Talvez seja vontade de dizer algo grande, fazendo com que a exigência impeça de uma humilde frase sair da minha boca. Talvez seja falta de vocabulário. Talvez seja muita coisa pra dizer e pouca gente pra ouvir. Talvez seja pouca coisa...

Queria ouvir uma música que me dissesse: "É isso! É isso que eu quero dizer!". E então eu a ouviria por horas e horas, até enjoar e então mudar de opinião.

Queria poder aprender a não sentir pela morte dos outros. Mas ela dói. Mesmo assim. Dor necessária, é o que dizem por aí...
 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...