quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Bom dia, mundo.

Tantas aulas, tantos textos, tantas discussões... e a mulher senta na minha frente e eu falo qualquer coisa e ela começa a falar e a falar e começa a chorar e começa a falar e a chorar e a falar e a mostrar seu joelho e a contar suas dores e a narrar sua vida e a chorar.
Enfim, era uma pessoa chorando na minha frente. Uma trabalhadora chorando na minha frente! Uma trabalhadora chorando e narrando as situações de exploração que é submetida!

E eu só pensava "que bosta que é Psicologia. acho que não dá pra fazer nada com esse troço".
Pensei no Lenin... "Que fazer?"("Chto delat?"). Nada. Nem Lenin, nem Trotsky, nem Marx.
Escutei.

Pensei que deveria providenciar uma caixinha de lenço para a salinha.



Foi a ideia mais concreta que tive.



Mas ok, estamos só começando, certo?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

let´s start the music and dance

não sei dizer "no momento não posso, tenho outras prioridades" ou "gostaria muito de fazer isso, mas agora tenho que me centrar em..." ou "vamos com calma, está tudo muito depressa".
intensidade.
na política
no amor
na amizade
na vida
no trabalho
vemcomtudo e lávoueu.

um amigo disse algo maravilhoso ontem, nesse sentido. não foi exatamente com essas palavras, mas a ideia é essa:
existem aqueles que nasceram para andar de carro - respeitar os limites de velocidade, os sinais para parar, e ir com segurança.
e existem aqueles que nasceram para andar de moto. tudo de uma vez só, em alta velocidade: vamos com tudo e se quebrar a cara, quebramos.

enquanto isso não acontece, curtimos essa brisa.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

curto e intenso

"foi breve promessa de felicidade..."

eu ainda choro.
eu ainda penso.
eu ainda pergunto... por quê?

evito escrever,
pra evitar chorar,
pra evitar pensar
(e talvez pra evitar responder o porquê).

assim não choro.
assim não penso.
nem paro pra pensar que foi que aconteceu.

daí eu tomo açaí, sambo, bebo e de vez em quando solto ensaio uns sorrisos por aí. no começo eram falsos, às vezes desesperados. hoje são mais sinceros. sinceros de quem espera algo bom por vir. de quem repete, como Caio Fernando de Abreu nos ensina: que seja doce, que seja doce, que seja doce...

mas eu ainda tenho saudades, tanta saudade -repito para não deixar você fugir de vez, para não deixar a ferida cicatrizar. ainda tenho um pouco de necessidade de curtir essa dorzinha.

"Eu morro de saudades do que era pra viver
E vivo da viagem de reencontrar você
Meus olhos do passado num futuro que nem sei
De tantas outras vidas
Mil pontos de partida
E todos os detalhes do que não aconteceu
Repetem o roteiro pra mostrar você e eu
O filme recomeça e nunca chega até o fim
"

*trechos de Meio Almodovar, do Lenine
 
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