sábado, 10 de novembro de 2012

Do início do fim.

- Me diz! Vai, me diz!


(silêncio)


- Eu não sei.

(silêncio)

- Porra! Diz, diz pra mim!
- Eu... eu não sei, porra! Não sei!
- Porra! Você de novo dizendo isso! Não é possível que você não saiba.
- Se eu soubesse te diria, mas não sei!


(silêncio)


- Não é possível. Me responde! Diz, diz o que você quer?
.
.
(silêncio)
.
.
...O que você quer de mim?

(...)

Era sempre a mesma pergunta. Busted. Sempre colocada contra a parede com a boa e velha pergunta: o que ela quer, afinal? Não sabe, responde. E de fato, não sabia.

E sabia que seu não saber não se resolveria lendo três ou quatro bons livros, como se isso bastasse para entender e ter respostas.

Sabia que o que importava não estava na pergunta “o que quer?”, ou na sua resposta "não sei". Era algo de seu comportamento, suas ações, suas escolhas nas diferentes vidas-em-relação que levavam a repetição da maldita cena com a mesma pergunta: o que você quer? 


Então era mais um fim que começava de novo. Mais um adeus sem saber porquê, e era justamente porque não sabia que o adeus vinha sem saber porquê. 

Mais um dia que anteciparia longos dias...




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