nós, nós, nós.
ultimamente é o teu assunto preferido. e cada vez que fala, sinto um aperto no peito, porque queria estar falando de nós - se nós, se tratasse de eu e você - companheira, companheiro na luta, no amor, na vida.
mas o nós que me cabe parece ser um tanto de nós que foram se fazendo e me amarrando e me prendendo e me envolvendo de forma que agora não consigo sair - nem sequer pra dar um passeio. me sinto como um fone de ouvido que por mais que haja um esforço de mantê-lo guardado desenrolado, quando menos se espera ele está emaranhado no bolso. queria eu poder me esconder por alguns instantes, em algum cantinho em que eu não me enrolasse com nada, nem comigo mesma.
nós. nós. nós.
eu e você é um nós que me liberta, e eu queria que esse nós tivesse a força para superar esses nós que me amarram, mas sem nossas mãos entrelaçadas - você está longe - fica mais difícil que nosso nós fale mais alto que outros nós.
você tem seus nós aí.
e eu meus nós aqui.
vou fugir por um tempo, pra outro país, pra ver se me desenrosco um pouco. no entanto, quando voltar, eles - os nós, não o nosso - já estarão no aeroporto, prontos pra me buscar, antes mesmo que você. por isso, peço baixinho, um pouco tímida, um pouco menina inconsequente, sabendo que seus nós também não são fáceis de serem desatados para vir formar o nosso nós e desatar meus nós: vem logo pra cá, me salva da selva.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
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