comeu o chocolate preferido.
fez peixe, e ficou delicioso.
realizou algumas das muitas e infinitas tarefas - elas não acabam nunca, mas algumas cumpridas são suficientes para assumir a filosofia "um dia de cada vez".
conversou com amigos importantes, que se importam, interessantes que a interessam.
e de um dia agradável, de uma noite gostosa, ela então conseguiu dizer enfim: "eu superei".
encheu a boca para falar, aos ventos, pois não havia ninguém com quem dividir: "superei você e superei nós dois".
falou aos ventos, pois o frio hoje toma a cidade que antes era toda ocupada por dois.
falou pro vento, porque o outro que antes habitava a cidade há poucos indiferente era. o fim já foi dado faz tempo. os coturnos pretos partiram há um tempo. mas apenas hoje que acabou o rancor para os sapatos vermelhos, que leves se permitiram sentir o vento.
leveza. há tempos os sapatos não dançavam com tamanha alegria.
o riso fez bem, o salmão caiu bem, o papo fluiu e a vida hoje é leve e deliciosamente prazerosa, com todas as dores e durezas que tem.
parto.
uma saudação para a alegria, e partiu.
partiu a dor, pariu a alegria.
parto pra outra, pra si, pra outro (?).
que parte será dita para onde partir?
parte de quem saber?
tem quem diz (e ela é - era? - dessas): só se supera um grande amor com outro grande amor.
procurou então, quem havia surgido naquela cidade. pegadas na neve (novidade das redondezas)? nada. um som, algum sinal? nada.
então, percebeu: ninguém além dela havia parecido além dela mesma, naquela noite.
e os sapatos vermelhos puderam, então, dançar novamente.
Um comentário:
Que bonito, Bel.
beijos.
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