sábado, 6 de março de 2010

pra não dizer que não falei das flores

ela diz pra ele:
às vezes você pode ser explicado pela seguinte cena:
um pai, que passeia com seu filho pequeno. os dois caminham em um terreno gigante, com flores, árvores, pedras e tudo mais. de repente, aquele menino pequeno, indefeso, com os olhos recém-inaugurados encontra alguma beleza da natureza, entre aquelas tantas coisas naquele espaço imenso. está no chão, e parece a coisa mais linda que o menino já viu - tão pequena diante daquela imensidão.

o menino não entende como algo tão bonito pode ficar assim, tão escondido do resto do mundo. mas é tão bonito, tão bonito, que queria guardar pra ele.
e aí, por um tempo o menino fica olhando aquela beleza rara e esquecida, e pensa se pega e mostra pro mundo ou se guarda pra ele.

nem o pai notou.

às vezes eu acho que te descobri, que encontrei uma beleza que, ao contrário do menino, algumas pessoas viram já - e vêem, mas a vontade que dá é de te usar de modelo pro mundo inteiro, de te mostrar e dividir com todo mundo a pessoa maravilhosa que você é.

(mas antes de fazer isso ainda colo em você um adesivo "CUIDADO, FRÁGIL")

*as coisas bonitas que escrevo de você são pra você. e pra não dizer que não falei das flores, coloco aqui (em itálico, pra dar tom de sussurro).

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