terça-feira, 15 de setembro de 2009

Ainda me lembro, daquele beijo, spunk funk violento...

Cena 1: Sala escura.
Beijos loucos, risos roucos, coração disparado. Suor. Pernas trêmulas, olhos molhados, poucas palavras: não é preciso dizer muito, diante de tanta verborragia ao longo dos anos. Enfim, juntos. Proibidos, mas juntos.

Cena 2: Luz acesa.
Consciência. Voltemos a rotina: não estamos sós - jamais estivemos. Existem outros; para nós, eles sempre existiram.
Então, falamos do amor como falamos de negócios: e na nossa paixão, não existe monopólio.
O que fazemos não é nada diferente do que desejávamos em silêncio no passado.
A situação não mudou muito também. Apenas aceitamos: não haverá momento para nós, teremos que criá-lo, então.

Cena 3: Outro dia
Carícias trocadas em silêncio. Minutos depois, você com outra. A outra. E eu os vejo como um casal qualquer.

Não faço parte disso.
Não tenho nada a ver com isso.

É o que afirmo para mim mesma, de forma muda, enquanto meu corpo esfria do seu toque nas minhas pernas. É outro dia.

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