mas o doce de leite dela é que fazia diferença. o jeito de falar "dos jovens de hoje em dia", alfinetando o meu mau humor cotidiano. como chegava de mansinho, trazendo um chocolate ou alguma bobagem.
quando abria a porta do quarto, só pra me ver. nada pra falar. o que era irritante, hoje dá saudade.
outro dia sonhei com você, e você sorriu pra mim. disse estar emocionada. nos meus sonhos, você sempre aparece junto com brigadeiro. geralmente roubando um docinho. era a tua cara.
entrei pra falar de outras coisas, falei de vovó. geralmente é assim. aparece do nada essa vontade de falar de você. hoje fui no restaurante que sempre íamos. hoje minha mãe falou o porquê. você leu em alguma revista velha, que havia sido premiado o mais limpo de todos. era a tua cara.
quando nos acostumamos com a morte? acho que não é questão de se acostumar. acredito, sim,que certas coisas não vão embora. pessoas que são arrancadas da nossa vida, seja por distância, ou por opção de desaparecer, ou pela morte... às vezes estão presentes mais do que quem mora ao lado. penso todos os dias em vovó. com carinho. com bastante presença.
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