- Tá bem?
- Não sei...
...
Tá bem?
- Não sei...
- É. A gente nunca sabe.
Então souberam: pode passar quantas batalhas, quantos caminhos, quantas histórias... um estará sempre ali para o outro. Um almoço que virou jantar que virou café da manhã. Conversas intermináveis. Era trégua da batalha, greve na fábrica, pausa para o segundo tempo. Neuróticos, obsessivos ou o que for... por quase 24hs o tempo parou naquela casa. Alguém para rir e chorar, coisas da vida que só aquela pessoa entenderia. E se despedem sem saber quando se encontram novamente, e com o tempo foram aprendendo a lidar bem com isso.
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Companheiro, estou indo e dessa vez vou menos só. As estradas são outras, mas sei que estamos lado a lado na mesma direção. Nos encontramos em esquinas, para um café, cigarros amanteigados e confissões das mais estranhas às mais intensas. Dessa vez eu vou menos só, na certeza de que marchamos ombro a ombro pela vida doce que acreditamos ser possível construir, pelo amor intenso que acreditamos ser possível viver, por uma humanidade sincera que acreditamos ser possível brotar.
É encontrando contigo que a luta fica menos dura. Te agradeço por me ajudar a encontrar poesia até onde parece não ter, a me manter firme cultivando cada vez mais ódio a esse sistema, mas tremenda paixão pelas possibilidades de relações humanas livres de todo e qualquer tipo de opressão.
Estou indo e dessa vez vou menos só.
Levo com carinho a vontade de voltar
Pra lavar toda saudade impregnada.
Toda batalha é mais fácil de encarar, sabendo que sempre haverá teu abraço-trégua.
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