não procurava ninguém. não era carência de um amor nem de sexo. não era tédio. não era mais uma brincadeira. eu não buscava nada - e dizem que as boas histórias começam quando nada se procura. - mas teus olhos... teus olhos me confessaram tanta coisa que jamais poderia ignorá-los, ou parar de deixar que eles não parassem de se confessar pra mim. e se uma semana depois, você se abriria - em outros cenários - contando histórias, nem perceberia que não era necessário descrever-se ou se explicar. tu já tinha se despido e confessado tanta, tanta coisa.
naquele primeiro dia eu vi um homem e um menino. uma intensa sinceridade. olhos sinceros que eu queria para mim. os olhos e rosto marcados de momentos, histórias, sentimentos. olhos e rosto que denunciavam um homem que só iria se mostrar - a ele e a sua sinceridade - se eu merecesse.
e a verdade é que eu escolhi, antes mesmo de decidir escolher, fazer por merecer. eu escolhi sem nem querer, sem nem ver aonde estava pisando. de repente, eu quis saber. saber o que aqueles olhos poderiam contar, ensinar. o que poderia ser possível viver ao lado dessa pessoa que tanto olhava a tudo, com ares de que a cada olhar aprendia algo novo. olhares que não denunciavam se era tristeza ou alegria - ultrapassavam o clichê dos olhos dos comuns que passam despercebidos na fila do supermercado, nos bancos do metrô, na rua, no trabalho, e que às vezes até nos encantamos ou apaixonamos seja pelo belo rosto, pela bela bunda, ou o horóscopo. olhares que mostravam que o que se buscava estava pra além da tristeza ou da alegria. e eu queria mergulhar nessa tua busca e fazer dela minha - nossa.
de repente eu quis ser essa mulher, para quem tu contaria teus mais sujos e belos segredos.
de repente eu queria aprender, e queria ensinar também.
de repente, eu queria me sentir mais viva com tua vida e queria que me convidasse pra te deixar mais vivo também..
de repente meus olhos te diziam sim, e eu não podia parar de dizer sim, sim, sim.
e se você hoje chama de molecagem, de brincadeira, eu da forma mais declaradamente e deliciosamente covarde deixo pensar assim. pra mim, pra você, pra ela.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
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