No ônibus passo uma hora pensando em coisas pra escrever, e quando chego, travo.
- A...A...
Ela olha fixamente para ele.
- Nossa, passou a vontade de espirrar. Como você consegue fazer isso?
- Te falei que funcionava!
...É que eu tenho super poderes.
- Huum. Vem em cápsulas?
- Não.
- Herdou dos seus pais?
- Não. É que... (abaixa o tom de voz, faz tom de segredo) eu sou de outro planeta.
- Olha só! E cadê tua nave?
- Vim de taxi-nave.
- E que outros superpoderes você tem?
- Ah... com o tempo eu mostro.
- E como é a vida no outro planeta?
- Ah. As pessoas são diferentes. Valorizam o que tentam ser, e não o que são. Aliás, lá as pessoas não são, só estão.
- Mas aqui na Terra também é assim.
- Ah, aqui as pessoas tentam esconder quem são, é diferente. Jogam pra baixo do tapete aquilo que acham que os outros não gostam, mas não tentam mudar.
- Eu não sou assim.
- Sim, mas eu esqueci de te contar uma coisa... eu tenho visão raio x.
- Ah, claro! Você esqueceu de contar esse detalhe.
- Pois é. Pela minha visão, pude ver que vc não é daqui também. Teu coração é grande demais.
(silêncio)
- Queria encontrar pessoas do meu planeta.
- É, eu também. Mas fico feliz de encontrar mais alguém que também não é daqui.
Eles não são verdes.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
"eu descobri um mundo teu e ele é manso..."
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