quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

criança é um barato

Me perdoem a gíria idosa, mas é verdade. Não há palavras para descrever melhor essa atitude de ser criança. É uma mistura de ingenuidade com ousadia, um olhar esperto. Uma mistura de bicho com gente. Afinal, gente é animal domesticado. Logo, uma criança na fase de ser educada, tem um lado bicho forte ainda.

As sacadas divertidas, inusitadas, às vezes até constragendoras...as atitudes intrigantes, inesperadas, assustadoras... é tudo um prato cheio para um psicólogo (ou melhor, para aqueles que desejam tanto um dia serem chamados de).

Meu lado maternal grita quando chego perto de um bebê, mas meu lado psicólogo BERRA quando chega perto de uma criança. É como se eu fosse um cientista na frente do meu robô, querendo ver ele executar as funções. Talvez seja por pensar que a criança dá a impressão de ser mais afetada pelo que falamos (quando quer, porque quando não quer sabe ignorar como ninguém).

Às vezes tenho medo de ter um filho. Pensar que poderia olhar pra ele como uma experiência é triste. Por outro lado, mantenho cada vez mais firme a minha teoria de que ter filhos é uma atitude extremamente egoísta. Afinal, ninguém nunca ouviu "ah, eu quero ter um filho para ele viver esse mundo maravilhoso". Os motivos são dos mais egoístas possíveis: "quero viver a sensação de carregar a vida dentro de mim", "quero alguém para amar profundamente", "quero alguém pra tocar meus negócios, levar o nome da família" (alguém fala isso ainda??? "quero um herdeiro"???), "quero me reconhecer no rosto de uma outra pessoa" (um pouco narciso esse desejo).

Enfim, esse é um dos motivos mais fortes pra eu não ter filho. Pensar que serei responsável por colocar alguém nesse mundo louco - que me perdoe a querida e escassa natureza... - ah! Eu nunca me perdoaria por isso...

Nenhum comentário:

 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...