As roupas espalhadas no quarto e a luz entrando sem pedir licença, pela janela ainda sem cortina. Havia algo de familiar naquele quarto, mas nunca havia pisado antes lá. Ainda assim insistia: havia algo de familiar, algo de conhecido e reconhecido. Buscava entender, pensando em casas e quartos que outrora pisara, e nisso lembrou de outras histórias, de outras lembranças, a mente ia longe, ainda sonolenta naquele quarto. Forçava a lembrar, a tentar entender porquê tudo parecia tão familiar naquele quarto e forçava a memória enquanto sentia seu corpo sendo envolvido lentamente por aqueles braços. Seus braços.
Talvez não fosse um reconhecimento de território.
Talvez fosse a estranha sensação de cabimento.
(e por não ser um livro de romance,
uma crônica de amor no jornal de domingo
ou qualquer coisa assim,
a vida não hesitou em encarregar-se
de interromper qualquer possibilidade.
Abduzidos dessa não-história,
mantemos no imaginário,
e investimos em um futuro
pois é a aposta tudo que temos)
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