(isso que dá revirar em documentos antigos em um domingo a noite)
AS SEM RAZÕES DO AMOR:
Drummond
Eu te amo porque te amo
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge ao dicionário,
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amor
bastante ou demais a mim
Porque amor não se trocar,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedo.
Por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Ah, se esse poema falasse...
domingo, 8 de julho de 2007
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