segunda-feira, 22 de outubro de 2012

uma semana, cinco dias e.

não procurava ninguém. não era carência de um amor nem de sexo. não era tédio. não era mais uma brincadeira. eu não buscava nada - e dizem que as boas histórias começam quando nada se procura. - mas teus olhos... teus olhos me confessaram tanta coisa que jamais poderia ignorá-los, ou parar de deixar que eles não parassem de se confessar pra mim. e se uma semana depois, você se abriria - em outros cenários - contando histórias, nem perceberia que não era necessário descrever-se ou se explicar. tu já tinha se despido e confessado tanta, tanta coisa.

naquele primeiro dia eu vi um homem e um menino. uma intensa sinceridade. olhos sinceros que eu queria para mim. os olhos e rosto marcados de momentos, histórias, sentimentos. olhos e rosto que denunciavam um homem que só iria se mostrar - a ele e a sua sinceridade - se eu merecesse.
e a verdade é que eu escolhi, antes mesmo de decidir escolher, fazer por merecer. eu escolhi sem nem querer, sem nem ver aonde estava pisando. de repente, eu quis saber. saber o que aqueles olhos poderiam contar, ensinar. o que poderia ser possível viver ao lado dessa pessoa que tanto olhava a tudo, com ares de que a cada olhar aprendia algo novo. olhares que não denunciavam se era tristeza ou alegria - ultrapassavam o clichê dos olhos dos comuns que passam despercebidos na fila do supermercado, nos bancos do metrô, na rua, no trabalho, e que às vezes até nos encantamos ou apaixonamos seja pelo belo rosto, pela bela bunda, ou o horóscopo. olhares que mostravam que o que se buscava estava pra além da tristeza ou da alegria. e eu queria mergulhar nessa tua busca e fazer dela minha - nossa.

de repente eu quis ser essa mulher, para quem tu contaria teus mais sujos e belos segredos.
de repente eu queria aprender, e queria ensinar também.
de repente, eu queria me sentir mais viva com tua vida e queria que me convidasse pra te deixar mais vivo também..
de repente meus olhos te diziam sim, e eu não podia parar de dizer sim, sim, sim.

e se você hoje chama de molecagem, de brincadeira, eu da forma mais declaradamente e deliciosamente covarde deixo pensar assim. pra mim, pra você, pra ela.

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