terça-feira, 27 de novembro de 2012

Bilhete Único para Amsterdam


O preâmbulo entre o segundo e o terceiro capítulo dessa história é aquela porta que entrei do teu mundo. Teu mundo de plástico e paredes muito brancas e luzes muito claras e espaço muito apertado com pessoas muito estranhas. Gente olhando com cara de quem-são-vocês. E pareceu claro - não há sentido nessa história.

- O que é meu mundo? - Pergunta, dias depois, e em um primeiro momento penso que está curioso para saber a forma como te entendo, mas relembrando talvez seja um súbito desespero teu que bateu e a possibilidade de uma resposta sobre quem é você, que mundo é teu. Seria eu quem saberia?


Passa dois dias e uma estrada e surge um convite. De repente é isso: somos nós outra vez. Esse nós que é tão recente, tão incerto e certo. Aumenta a sensação de que te querer é algo inevitável. Quero te ver e te querer em diversos cenários, e testar outros sorrisos ao teu lado. E se minto para dizer que é meu caminho, não é incômodo algum mudar a rota - pelo menos vez ou outra - pra ter um abraço teu. Podemos ir até um Amsterdam - posso dizer que é caminho para uma reunião inadiável. Tomaríamos um café e eu fingiria não estar atrasada, mesmo que isso envolvesse um efeito dominó do cão pro resto do dia..

Hoje te gosto o suficiente para me satisfazer com um suco e uma companhia até o metrô. Esse nosso suco experimentado em diversas paisagens, acompanhado do canudo que nos entretém quando ficamos sem graça. Te gosto o suficiente para que tuas falas - rápidas histórias com algumas frases interessantes no meio - fiquem sendo revisitadas na memória, buscando sinais, explicações e até simples boas lembranças. Teu sorriso. Teu olhar... tua mão que tentou tocar na minha, ou esbarrou, já nem sei.

Teu bilhete único, pra onde leva? Cada dia parece que não é pra um lugar só, é para vários caminhos, basta escolhermos - e até onde essa escolha existe? Não sei, não sabemos. Coisas que se sabe vivendo.
Foi nítida a tua surpresa quando afirmei que não tinha medo de ti, e tua surpresa me deixou surpresa. Por que teria? Não te ter por perto talvez é o que assuste. - e isso sim é assustador.

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