quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Todas as cartas de amor são ridículas (e precisam continuar sendo escritas).

Eu estranho quem não é cafona, pelo menos um pouco,  quando está gostando de alguém. Talvez depois de tantas desilusões e tombos e frustrações, a tendência é nos privar da exposição. De fato às vezes amadurecemos e deixamos de nos apaixonar a cada esquina. Por mais que seja divertido nos encantar ao primeiro "oi" agradável que recebemos, um pouco de seleção é até saudável e nos permite uma certa estabilidade em nossa sanidade.

O problema é que às vezes nos poupamos porque endurecemos e não nos permitimos também viver o ridículo. Ou pior, nos defendemos como se o coração fosse enfraquecendo e por isso precisasse de mais zelo. Esses não são os únicos problemas. E quando há encantamento, apaixonamento, tornamos adeptos ao terrível "relacionamento sério". Fechamos o expediente da sedução e dizemos que é hora de "aquietar" e "sossegar", pois agora estamos com quem amamos e a farra acabou.

Eu acho que é preciso lutar para que não deixemos de viver o lado ridículo do amor. A vida já é pesada demais com suas 8h de trabalho (às vezes hora extra), mais as roupas pra lavar e casa pra limpar e comida pra fazer e cobranças por todos os lados e as contas e tudo. E como militante defendo que lutemos para combater essa vida caótica e opressora que grande parte das pessoas enfrentam (os tais 99%). Mas também defendo cantar alto uma canção do Roberto Carlos ou mesmo do Sidney Magal enquanto toma banho sabendo que a noite terá uma boa noite de sexo com aquela pessoa que está apaixonada ou encantadinha. Ou que no meio da rotina louca encontre um tempo para mandar uma mensagem no celular ou mesmo escrever uma ridícula carta de amor.

Eu sei, a vida é dura, as pessoas são brutas e é cada vez mais difícil encontrar alguém que nos entenda e que seja uma boa companhia e que ao mesmo tempo nos atraia - e pior, que seja recíproco! Mas não deixemos de escrever ridículas cartas de amor pois arrisco dizer - sem medo de parecer ridícula - que essas são uma das coisas que fazem a vida ser viva.

Um comentário:

cazuza disse...

O que seria de nós sem essas ridículas declarações, hein...

(L)

 
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