quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Bom dia, mundo.

Tantas aulas, tantos textos, tantas discussões... e a mulher senta na minha frente e eu falo qualquer coisa e ela começa a falar e a falar e começa a chorar e começa a falar e a chorar e a falar e a mostrar seu joelho e a contar suas dores e a narrar sua vida e a chorar.
Enfim, era uma pessoa chorando na minha frente. Uma trabalhadora chorando na minha frente! Uma trabalhadora chorando e narrando as situações de exploração que é submetida!

E eu só pensava "que bosta que é Psicologia. acho que não dá pra fazer nada com esse troço".
Pensei no Lenin... "Que fazer?"("Chto delat?"). Nada. Nem Lenin, nem Trotsky, nem Marx.
Escutei.

Pensei que deveria providenciar uma caixinha de lenço para a salinha.



Foi a ideia mais concreta que tive.



Mas ok, estamos só começando, certo?

Um comentário:

Lari Finocchiaro disse...

é...
é o que tenho me perguntado todos os dias...

Chega um mundo a nossa frente. Varios mundos que atravessam uma pessoa...chega a dor que nao é mais lida num item do CID ou numa discussao filosofica-psi. é uma dor viva, que pulsa, que vai, volta, rebate, afeta, desafeta.
é dificil...
é bastante dificil...
eu ainda me pergunto isso, todos os dias...

 
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