terça-feira, 14 de setembro de 2010

para ler todos os dias quando acordar, e antes de dormir

a nossa sociedade é machista.
a nossa sociedade não superou nada, ainda, da condição de desigualdade de gêneros.
não falo de direitos, leis, regras de boa vizinhança.
em determinado momento, a mulher já não servia apenas pra cozinhar, lavar, passar, cuidar dos filhos e trepar com o marido, e teve que ingressar no tal do mundo do trabalho. e aí, é necessário que algumas normas de convivência se estabeleçam.
não dá pra ser moderno e declaradamente ser machista (até dá, mas a moda é ter isso superado).
não dá pra usar um terno arrumado, celular com câmera, ir nos bares da augusta e dizer que mulher é pra ficar em casa cuidando de filho, e que só pode transar depois do casamento.
tem que dizer que é contra essa mentalidade ultrapassada, tem que falar (pela namorada, obviamente) sobre as novas condições da mulher atual.

o homem aceita que a mulher trabalha, mas ridiculariza aquelas em que hoje, em 2010, manifestam a opressão que sofrem cotidianamente. essa opressão, que parece tão ilusão de resquícios de feministas, tão abstrata para os homens modernos de celulares modernos.

eis um pouco de concretude pro homem moderno do celular moderno, que diz de forma séria, ou em forma de alguma piadinha escrota.
eis um pouco de verdade, a opressão ainda existe:

seja apanhando do marido em casa, silenciada para manter a situação familiar.
(leia a crônica de luiz felipe pondé, na folha de são paulo, um dos jornais de maior circulação)

seja trabalhando todo o dia e sofrendo assédio desde a ida ao trabalho (com homens se aproveitando para esfregar nos ônibus e metrôs) até o próprio emprego, em que sofre assédio do patrão e dos companheiros de trabalho, com gracinhas de mau gosto.
(leia a crônica de luiz felipe pondé, na folha de são paulo, um dos jornais de maior circulação)

com o assédio moral de trabalhar tanto quanto ou até mais que os homens de seu trabalho e ainda assim ganhar menos.
(leia a crônica de luiz felipe pondé, na folha de são paulo, um dos jornais de maior circulação)

com o assédio de pedreiros, pintores, motoristas, mendigos e qualquer ser com pinto que anda na rua e, ao passar uma mulher, se sente no direito de tratar como bem entende - seja fazendo um comentário escroto, seja olhando como se fosse um prato de comida, seja estuprando.
(leia a crônica de luiz felipe pondé, na folha de são paulo, um dos jornais de maior circulação)

com a pressão da sociedade para se vestir gostosona, para se maquiar gostosona, para se cuidar gostosona para o homem. para ser como o padrão de beleza que a sociedade criou.
(leia a crônica de luiz felipe pondé, na folha de são paulo, um dos jornais de maior circulação)

e o pior de tudo, mais horrível que toda a crueldade histórica da opressão que vivemos diante do homem, é ser ridicularizada com o pouco de vozes que temos gritando "BASTA!". somos ridicularizadas, chamadas de peludas esquizofrênicas alucinadas, em pleno jornal de maior circulação.
(leia a crônica de luiz felipe pondé, na folha de são paulo, um dos jornais de maior circulação)

diante de tudo isso, só uma coisa a dizer: uga-buga

- algo tão ridículo quanto essa crônica, que eu não queria mesmo perpetuar ela por aí, possibilitando tanto um sucesso dessa BOSTA de gente (que ainda é professor, PROFESSOR!!!) ou risos de algum machista escroto que passar por esse blog. mas, vi como uma oportunidade também de incomodar mais mulheres, para haver mais gritos, para haver mais luta.

é preciso acabar com esse machismo escroto que assombra a sociedade.
é preciso acabar com esse capitalismo escroto que favorece esse machismo.

Um comentário:

Kinna disse...

Dada a "celebridade" que vem à Unifesp na segunda, resolvi reler esse post e, mais uma vez, achei foda. Não lembrava desse finzinho, vc falando que vc não queria divulgar esse lixo de coluna do Pondé, mas viu como oportunidade pra incomodar mulheres. Segunda a gente vê se seu objetivo foi alcançado. Espero que sim.

 
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