sábado, 18 de setembro de 2010

das eleições e da vida

"nem fede, nem cheira...mas é honesto"
justificativa que meu pai deu para votar num candidato X, do PSDB, para deputado federal.
eu fico inconformada com o grau de desilusão política das pessoas. um tanto ignorância, falta de conhecimento... mas vai chegando as eleições e penso também o quanto tanta gente já acreditou em algo e se decepcionou - e não é a toa.

o sistema capitalista faz com que a gente passe a acreditar nas eleições burguesas como o maior exercício de democracia que temos hoje, como se o máximo que a pessoa pudesse fazer era escolher os números mágicos certos, para digitar na urna eletrônica mágica, em que assim mágicos seriam eleitos para magicamente transformar o País.

e, obviamente, isso não dá certo.
daí surge: Tiririca.
pra protestar.
pra mostrar que não tá nem aí pra esse bando de político que fiz a mesma coisa.
(o que não sabe é que o Tiririca tá fazendo coligação com o bando).

mas enfim, voltemos ao meu pai: na hora em que ele falou, um pensamento me ocorreu na cabeça... honestidade virou uma virtude rara!
é muito estranho isso acontecer, honestidade nem deveria ser critério porque deveria ser óbvio. e é impressionante como a gente se acostuma a falar de honestidade como se falasse de algo incomum.

momento terapia no banco da faculdade
- nossa, tanta coisa pra fazer...
- e a gente vendo faz, faz, faz, e parece que não vai pra frente.
- e a gente se mete em tanta coisa...
- ...trabalhos...
- ...projetos...
- ...militância...
- ...e quando pensa no que tirar, parece que não dá pra tirar nada...
- ...é, só nós mesmas...
(silêncio)
- ...pois é. daí não come, não dorme, e não senta no banco pra conversar.

Um comentário:

Anônimo disse...

honestidade virou algo incomum e a gente acha isso super normal...
esse mundo tá perdido... ou não!

 
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