quinta-feira, 26 de novembro de 2009

do teatro da vida. da vida do teatro.

- te falei que agora eu sou uma atriz de teatro?
- te falei que minha vida é um palco vazio.
- uuuh. você sempre ganha.
- por que você prefere perder. que estória é...
- perdi vontade. tchau.
- pronto... bela cena. agora volvemos ao diálogo mais comum. tudo bem?
- vou sair. o ensaio vai começar. não gosto de tudo bens, porque nunca tá tudo bem. mas dizer que não tá tudo bem soa pessimista e mau humorada. e eu prefiro guardar esse personagem pra você.
- não há vagas. estou demolido e contido no que se chama corpo. escombros moldados em uma pessoa. sou eu hoje.
- jamais faria peça com você. você rouba cena com seus dialogos intensos, que podem não dizer nada, mas carregam uma tonelada. he.
(pausa)
- agora vou. fumar um cigarro antes de ir pro inferno.
- até lá o serra proibiu?

. . . . . . . . . . . .

- e de suas coisas? teve algo seu que ficou comigo?
- creio que deixei parte do meu orgulho no seu edredon, que sua mãe deve ter botado pra lavar já. a minha dignidade deve ter sido varrida pra debaixo da sua cama... e o amor que a gente tinha, hum. acho que deixei entre seus livros e discos. as únicas poucas coisas que valem a pena no seu quarto, hoje.

Nenhum comentário:

 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...