quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Viver, caminho sem volta.

Trocou o piso firme do concreto pelo inconstante chão de areia, na expectativa de construir castelos. Mas o mar, o vento, e o próprio solo frágil ditaram os limites desse plano. Não destruíam apenas seus projetos. Manter-se em pé, tarefa árdua: frequentemente era derrubada. Aquela situação a deixava paralisada, mas era insuportável ficar parada, com tanto movimento ao redor. Não queria apenas ser levada, pelo mar ou pelo vento ou coisa qualquer, tampouco sabia aonde ir. Caminhar contra o vento é cansativo, e piora quando não se tem um destino claro. Queria voltar mas não existia mais ponto de partida. Descobriu da forma mais dura que essa vida só tem passagem de ida. Sem ter pra onde ir, sem saber o que fazer, fincou seus pés na areia por alguns instantes e curtiu a brisa.
"Nada mal", pensou.

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