quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Dos caminhos tortos da luta

Uma nova etapa se inicia: as lutas aumentam e a repressão também. É o inicio de uma nova era, mas 
as olheiras,
os ombros pesados,
os corpos cansados 
vem de outras batalhas.

Poetas falam do horror desse mundo - da miséria, da morte e das opressões. 
Falam de um outro possível, de vida plena, justiça, igualdade. São poucos que falam do caminho, do percurso, do meio que existe entre o horror desse mundo e do possível outro. Poucos falam da ponte, que é dificil e cheia de tropeços.

Os últimos dias apontam essa ponte de forma latente. As lutas não são de hoje, nem a repressão é. Mas hoje se apresentam de forma mais intensa. O que antes ocorria distante dos olhos, no exterminio do campo, das aldeias indigenas, das periferias, hoje ocorre nas principais avenidas das grandes capitais. E torna pauta das midias e mesas de bar.

Assisto os rostos espantados daqueles que entraram encantados com a promessa de um outro mundo, sem dar tanta atenção a essa ponte - dura e dolorosa - que tem antes. Falavam de socialismo como algo utópico e como um sonho. O cenário hoje mostra que isso não é brincadeira e que há violência. Que um atraso, uma ausência, uma falha, pode custar a vida e a liberdade de alguém. Que nós temos medo mas seguimos corajosos, enquanto eles tremem de medo e seguem latindo. Latem forte. Às vezes mordem. Mas sabem que será impossível nos derrotar. 

Alguns desiludidos ou fatalistas chegarão à conclusão que a revolução não é só poesia. Ouso questionar.
A poesia não é só beleza;
A beleza não é só alegria.
E a alegria não está só na paz.

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