terça-feira, 25 de outubro de 2011

Um novo jeito de contar a mesma e velha história

essa não é mais uma história de amor.

Parte I - Os dez minutos que abalaram os mundos.

Era uma vez uma menina e um menino - porque toda história que se preze tem no seu enredo pelo menos duas pessoas que se apaixonam - que viviam em planetas diferentes.
Como todos nós sabemos, os planetas ficam circulando pelo universo, em algum ritmo que aí nem todos nós sabemos. A nossa história começa em um momento raro em que esses dois planetas - o do menino e o da menina - se alinham e, durante dez minutos, os olhos da menina cruzaram com os olhos do menino.
Foi de repente. Foi por acaso. Que belo acaso!
E foi carregado de alegria. Na hora, é como se os mundos estivessem parados, para que parados os dois pudessem se olhar, se conhecer, decorar um o rosto e o corpo do outro. Naquele instante, a vida fez tanto sentido para os dois, que sorriam como nunca haviam antes.
Dez minutos depois, cada mundo foi pro seu lado - mas foram tarde! Daqueles dez minutos já havia nascido o amor. Mal os dois - e o resto dos mundos - sabiam o que viria a seguir.

Parte II - A grande guinada da história dos dois

No dia seguinte, a menina acordou, esfregou seus olhos como de costume e antes de abrir os olhos, lembrou do rosto do menino.
O menino e seu planeta, despertam distantes do outro lado do universo. É mais uma manhã e ele acorda apressado para a rotina de seu mundo. Ele também lembra da menina, enquanto contempla uma flor que brotava no chão, ao teu lado (no seu planeta, as flores brotavam ao lado das pessoas que estavam felizes). Ele sabia que aquela flor era culpa da menina.
Não foi algo calculado, premeditado, sequer combinado - tampouco seria possível, em dez minutos de troca de olhares -, mas a questão é que a partir daquele dia, os dois foram tomados pelo desejo de se encontrarem. E, sem um saber do outro, surgiram planos para viabilizar esse encontro.

No planeta do menino, havia muitos tijolos. Política de governo daquele mundo. O rei, preocupado com flores que brotavam demasiadamente no chão, distribuía tijolos pelo planeta para que abafasse o reconhecimento de felicidade dos seres de lá. Era uma forma das pessoas não saberem que estavam felizes, e sem saber que eram felizes, seguiam concentradas com seus afazeres que garantiam que o planeta continuasse do jeito que estava.
Era preocupante para o rei um planeta em que todos conseguissem enxergar a sua felicidade.
Mas isso não vem ao caso agora. O que interessa é que havia tijolos no planeta e o menino, que gostava de recolher os tijolos, pois não concordava com a atitude do rei, decidiu que com eles construiria uma ponte para o outro planeta, o planeta da menina.
Daria trabalho, mas o menino estava disposto, e quando a gente carrega tanta paixão dentro da gente, a gente tem uma força que é capaz de mover montanhas - e olhando dessa forma, carregar tijolos não seria tamanho esforço assim.

A menina, por outro lado, não tinha a habilidade do menino, e também não tinha tijolos. Na verdade, a menina não fazia muita coisa, além de sonhar. Ela sonhava bastante e, depois dos dez minutos que abalaram os mundos (e daqui a pouco vocês saberão o porquê), passou a sonhar em como encontrar com o menino.
Ela fazia planos mirabolantes, a maioria impossível. Alguns, até chegou a correr atrás e tentar realizar, mas eram tão absurdos que não tinham jeito. Certa vez, foi até a casa do homem que tinha o maior balão do planeta dela, e pediu emprestado. O homem riu da ideia absurda da menina, mas emprestou.
Ele tinha muitas cores e era muito grande, e ela chegou a voar alguns kilometros com ele. Mas sequer conseguiu chegar perto da primeira estrela. Pouco antes, um objeto estranho não identificado furou o balão e a menina foi caindo, caindo, caindo, até que voltou para seu planeta. Sorte que o balão era tão grande que a lona serviu de colchão pra menina!

E ela seguiu fazendo planos, e o menino seguiu fazendo a ponte.
Enquanto isso, todos os dias, vira e mexe a menina olhava para o alto, para todos os lados do horizonte para tentar reencontrar o planeta. A esperança de cruzar os olhos dela com os olhos do menino superava qualquer teoria psicológica do comportamento humano, de certas ações irem diminuindo na medida que não eram reforçados positivamente.

Um dia, fazia muito sol, e a menina pode jurar de pés juntos que em meio a tanta luz ela viu uma bolinha, bem bem bem longe, que tinha uma coisa saindo dela. Na época, a menina não sabia o que era, e isso depois virou uma história feliz de se contar - daquelas lacunas do passado que se completam anos depois. Mas isso ela não sabia, só a gente que está contando a história agora sabe, que era a ponte do menino que crescia.

O menino também, vez ou outra, escalava a construção e procurava pelo planeta da menina. Tentativas mal sucedidas, e no entanto jamais desacreditadas. Coisas que só quem ama entende. Teve uma vez, que o menino contemplava o horizonte após um longo dia de trabalho árduo, de intensiva dedicação ao projeto da ponte. Foi então que viu, ao longe, um troço grande, redondo e colorido. Esfregou os olhos com as mãos calejadas. Quando abriu novamente, não havia mais nada. Na época, o menino não sabia o que era, e isso depois virou uma história feliz de se contar - daquelas lacunas do passado que se completam anos depois. Mas isso ele não sabia, só a gente que está contando a história agora sabe, que era a menina tentando subir com o balão do homem.

E ela seguiu fazendo planos, e o menino seguiu fazendo a ponte.

(continua.)

5 comentários:

Kinna disse...

No mínimo, delicado.
No máximo, foda.

Publica logo o resto, senão eu fico desconcentrada aqui e não consigo fazer TCC...rs

João disse...

Publica logo o resto [2].

Kinna disse...

Publica logo o resto, senão eu não me formo...rs

Bel Keppler disse...

se eu publicar, não me formo!
como resolvemos esse dilema? há.

Kinna disse...

Ok, você se formou e eu também!

 
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