quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ele veio pra matar.

do amor
“sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, pois se eu me comovia vendo você, pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo, meu deus como você me doía de vez em quando, eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada, um tempo enorme só olhando você sem dizer nada, só olhando e pensando, meu deus mas como você me dói de vez em quando.”
caio fernando de abreu

tanta coisa pra dizer que quando vejo fico calada.
tanto amor pra sentir que está transbordando.
acostumei a olhar o mundo com teu olhar junto.
tem mais graça, tem mais riqueza.


é que você virou meu sócio dessa vida.

da vida
ontem lembrei dos tempos da escola, dos professores, sempre dispostos a ensinar algo.
de repente a vida deles me soou tão triste. pensei quantas frustrações não se escondiam na cabeça erguida, para dar aula apesar de.
hoje a imagem deles me soa mais humana, menos abstrata que antes.
lembro de uma ou duas (talvez até mais) professoras que choraram em sala. do nada. quer dizer, hoje penso não ser do nada. mas na época era: chorou porque fulaninho falou com o cara do lado. e ela desabou.

vida miserável.

do (des)amor a vida
"Setenta e cinco policiais militares invadem, sem qualquer autorização legal, o assentamento. A comunidade, preta e pobre, se apavora: não tinha se visto em lugar algum tanta truculência e armas tão pesadas, como se viu neste dia. O tenente, baforando pinga, urrava enfurecido à procura das lideranças do movimento. Seus homens invadiram barracos, rasgaram lonas, quebraram louças. Homens e mulheres, apavorados, tentavam esconder as crianças, fugindo pelo mato. Tiros nos pés. Policiais algemando qualquer um que gritasse socorro, para então torturá-los. Narizes quebrados, testa e pescoço sangrando depois de coronhadas furiosas. Ameaças, gritos, ameaças. Quatorze supostas lideranças amontoadas nas viaturas, feito porcos mortos. Presos.

A criança de três anos pergunta ao policial se iria ser presa também. Ao receber a negativa, pergunta: mas se eu não for preso, tem que soltar os outros também, né?"
César Fernandes

http://www.youtube.com/watch?v=q-FHnfBrIN4&feature=related
estou assim como o youtube: nenhuma descrição disponível.

Nenhum comentário:

 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...