quarta-feira, 19 de agosto de 2009

lembranças de abril...

...uma importante parte da minha história começa ali. abril de 2008.
antes de abril, diria que esse importante momento foi de ter "entrado pra política". mas logo que passou abril, percebi que política não é questão de entrada, é questão de percepção.
tudo que me incomodava, tudo que parecia errado...foi a partir daí que comecei a ler o porquê, e depois que descobria, ia gritar no megafone para que outros ouvissem também.não vou esquecer de abril, que começamos a ler o que era REUNI, e todas as outras siglas - porque quem faz política de verdade fala por siglas, hehe - e as pessoas nos achando os senhores organizados diante de tanto acúmulo. e o acúmulo era o google da madrugada anterior, e as consequências eram as olheiras.

é desde abril que grito. desde abril que perco a voz, por aí.e espero não esquecer, aquele menino perdido batendo na porta da sala e pedindo pra falar comigo. dizia que o negócio estava feio e que teríamos que ir pra são paulo. foi aí que descobri que eu era do centro acadêmico. foi aí que percebemos que o centro acadêmico, independente de existir ou não, estava na hora de começar.

eu fui - como fico feliz por ter ido! também espero não esquecer: toda a vida que existia dentro de mim, explodindo, acreditando que sim, se a gente se junta, a coisa fica forte, a coisa funciona.os gritos unificados, quando descemos da van após um longo dia buscando pessoas para lotá-la:
- SANTOS CHEGOU!
não quero esquecer jamais aquele abraço, de pernas trêmulas: a responsabilidade de uma assembléia gigante.

depois, a casa velha da avenida grande. a sensação de entrar lá. aquela menina miudinha abrindo o portão pra mim, e de repente tudo ficar diferente. sensação de pertencimento. acolhimento. o sorriso, daquele cabeludo esquisito. a paciência, daquele já apresentado no mesmo abril marcante. um mundo abriu mais ainda: não existe só universidade. existe mais, muito mais coisa. e se quer mudar, aguenta.

importante lembrar das lágrimas, quando as portas se fechavam, e só restava eu - de vez em quando com alguém especial ao lado. espero não esquecer....às vezes eu esqueço. esqueço, e infelizmente - ou não - preciso dessa vida toda transbordando pra poder gritar. senão vira sussurro, vira suspiro. vira lamento.

que bom. que bom, que de vez em quando aparece alguém lembrando, fazendo o grito aumentar.
e quem sabe? quem sabe um dia o grito fica tão grande, tão grande, que chegue a cubrir esse ruído insuportável e constante, chamado conformismo.

Um comentário:

Fê! disse...

Esse abril tb nunca esqueço!
Ele me pegou pelo braço, me deu um sacolejo, me jogou no meio da multidão e só disse vai ai menina. Eu fui e nunca mais voltei e nem pretendo!

 
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