quarta-feira, 13 de agosto de 2008

experimentando na aula de experimental*

todos falam que hoje somos obrigados a ser feliz o tempo inteiro, e isso provoca uma overdose de prozacs, já que ninguém consegue corresponder a tal exigência (ou consegue?).

pensando: a "descoberta" e, em seguida, popularização da depressão patologizou a tristeza. assim, felicidade virou sinônimo de saúde e, ficar triste, coisa de quem precisa ir pra psicólogo ou qualquer um que arrisque tratar da sua cabeça (isso já invadiu tanto todos os espaços que qualquer coisa que se pratique de lazer vire promoção de saúde mental, então você é OBRIGADO a descansar, e a empresa permite isso, para que vc PRODUZA um bem-estar).

enfim. obrigado a ser feliz o tempo inteiro, criamos mecanismos alternativos ao prozac para corresponder a isso. dessa forma, acaba ocorrendo uma inversão de valores. festas, muitas drogas e porres até a orelha para nos fazer feliz. pelo menos essa noite. e na próxima. e na outra. e na outra um pouquinho, porque no dia seguinte tem reunião cedo.

o pensar e refletir foi deixado de lado, pois isso incomoda. incomoda, permitindo até um pouco da tristeza entrar. dores necessárias, como canso de falar por aqui. e dores necessárias lembra depressão. ninguém quer ficar doente, ainda mais sabendo que depressão pode desencadear uma série de coisas. quem sabe até câncer.

então, deleuze, fica pra próxima. me vê mais uma dose aí, garçom!

*conversas na sala com a kinna.

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