terça-feira, 3 de junho de 2008

há algo invisível e encantado entre eu e você.

Antes de tudo, tenho que pedir desculpas pelo meu último post. Talvez, não seja só relacionado com viver dias intensos. Talvez esteja muito mais ligado com o habituar-se a atualizar. Foi só manter vivo meu blog por um dia que hoje pensei em diversas idéias para esse meu pequeno grande espaço. Vamos ao post então.

Esse semestre comecei um grupo de estudos sobre Encontros. Pareceu uma coisa meio bizarra no começo, pensar em qualquer encontro minimamente significativo com as pessoas como encontros da vida. Porém, conforme o tempo fui passando fui cada vez mais relacionando isso com o meu cotidiano. Deu no que deu. Pensar nos tipos de encontros que ocorrem virou mais importante que analisar a pessoa em si (antiga mania do mau minha).

Os encontros acontecem desde um cara no ônibus que puxa você para participar de uma conversa de louco até um encontro afetivo longo e duradouro. Esse ano (aliás, desde o ano passado) foi um ano de encontros riquíssimos e eu diria que fundamentais para a minha (de)formação.

Não dá para supervalorizar esses momentos também. É fato que, atualmente, os encontros são surpreendentemente desencontrados. As pessoas monologam ao invés de dialogar (tenhoumateoria.blogspot.com). As pessoas raramente produzem algo em sua fala e, se produzem, é pouco eficaz, já que as pessoas só conseguem ouvir aquilo que já foi falado por elas. Assim, as pessoas só falam o que já ouviram e só ouvem o que já falaram. Uma constante reprodução. Isso pode ser desesperador, mas sempre há esperança. Há cada reprodução há alguma modificação que faz do velho, algo novo.

E desde então tenho prestado atenção aos encontros. O encontro com as pessoas durante uma viagem São Paulo - Santos. O homem que ronca. A mulher que chora. As pessoas que se isolam em fones (eu sou uma delas), pessoas que se asseguram com a bíblia e pessoas que adiantam o tempo trabalhando.
E o encontro, muitas vezes, ultrapassa o estar com uma pessoa, e pode ser um encontro com cheiros, com o lixo, com o incômodo que uma favela pode trazer em nossos valores higienistas. O encontro é com a política, encontro com um roubo de uma potência de vida que te deixa mais nervoso que o roubo material, de um cartão de ônibus.
Reconhecer as mil possibilidades do encontro. E uma pessoa que se conhece em um encontro pode saber mais de você que algum amigo de anos (talvez mais do que você gostaria que soubesse). E um velho amigo, de repente, possibilita vários novos encontros (o que forma um outro tipo de relação de uma fala para outra).
É... os laços invisíveis são realmente sensacionais.

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